Rodrigo Vieira   |   30/11/2021 17:51 Atualizada em 30/11/2021 17:54

Por que a Latam é outra companhia, na visão de Jerome Cadier

Jerome Cadier está sorrindo diferente. Veja o que ele espera da parceria com a Delta Air Lines


PANROTAS/Gute Garbelotto
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil

Jerome Cadier está sorrindo diferente. "A Latam é outra companhia", disse o CEO, em entrevista ao Portal PANROTAS, durante o 18º Fórum PANROTAS. De fato, a aérea reconquistou a liderança do tráfego doméstico no índice da Anac, foi capitalizada e está avançando no Chapter 11, processo que permitiu a redução dos custos de 97% de suas frentes de negócio (exceto com tripulação), aumentou o número de destinos em comparação com pré-pandemia. Mas esse é só o começo, de acordo com Cadier.

"Passar por Chapter 11 é uma dor necessária, que ninguém gosta ou gostaria de passar. É dolorido, é sofrido, mas sairemos desta página mais ágeis, competitivos, com ainda mais rotas, mais facilidade de achar destinos e opções. O agente de viagens será um dos principais afetados por essa transformação da Latam. Ele vai poder vender mais. Sabemos que o agente já está notando uma Latam mais agressiva, com vontade de crescer", afirma Cadier.

Ele foi perguntado se a Latam seguiria o mesmo exemplo da Gol de fazer alterações impactantes em sua malha após a alta temporada de verão, de acordo com a transformação da demanda por conta da pandemia. "A Latam já está mexendo na sua malha há meses", respondeu. "Estamos sendo mais agressivos, o que explica a liderança no doméstico. Em 2019, operávamos 44 destinos domésticos e encerraremos 2021 com 49. Nossa malha já está refletindo e, caso a demanda mude se por ventura o corporativo ou outro motivo exigir, teremos agilidade para alcançá-lo."

AINDA LONGE DO QUE QUER DA DELTA AIR LINES

A parceria com a Delta Air Lines ainda está longe do que a Latam deseja dela. Não é porque a companhia aérea norte-americana voltou a voar (de fronteiras abertas) no País que a empresa brasileira já pode aproveitar como pretende.

"O que temos agora é apenas codeshare. O que nos empolga mesmo é o joint-business, quando poderemos planejar em conjunto logística, frequências, conexões, sermos parceiros mais profundos. Aí o brasileiro verá uma ligação com os Estados Unidos muito mais potente. Será Latam e Delta se apresentando juntas, oferecendo juntas seu produto", afirma Jerome Cadier. "Isso deverá acontecer apenas no segundo semestre de 2022", conclui.

Aprovado em todos os países sul-americanos onde a Latam atua, o processo ainda carece da aprovação do Departamento dos Transportes dos Estados Unidos.

Tópicos relacionados