Rodrigo Vieira   |   30/11/2021 08:04 Atualizada em 09/03/2022 11:19

Gol faz alterações importantes na malha de 2022; veja quais

Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Brasília, Fortaleza e Salvador terão operações diferentes de 2019


Divulgação Gol
B737 da Gol
B737 da Gol

Com a malha definida para os próximos meses em uma média de 700 voos diários visando à alta demanda do verão, a Gol Linhas Aéreas está, pela primeira vez desde o início da pandemia, fazendo planos de médio prazo. A malha pós-alta temporada já está praticamente estabelecida pela empresa e, a partir de março de 2022, mudanças impactantes devem ser anunciadas, com foco nos aeroportos chaves de Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Brasília, Fortaleza e Salvador.

O diretor de Planejamento de Malha Aérea da Gol, Rafael Araújo, diz que a companhia está empenhada em agilizar o redesenho das rotas para incluir os novos voos já nos próximos dias em todos os canais comerciais, o que, garante ele, está em vias de acontecer. Ele explica que a alteração está baseada na mudança no perfil da demanda. Ainda não há como ter plena consciência do quanto o tráfego corporativo estará no ano que vem, tanto pelo cenário da pandemia quanto pela adoção de ferramentas virtuais de reuniões à distância.

Divulgação/Gol
Rafael Araújo, diretor de Planejamento de Malha da Gol
Rafael Araújo, diretor de Planejamento de Malha da Gol
"Montamos a nova rota pensando muito em um cliente que viaja para visitar parentes, amigos e para tirar férias. Lazer. Consequentemente as principais rotas corporativas acabam sendo atendidas, pois coincidem com o que traçamos”, explica Araújo.

CONGONHAS
No Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, a nova malha da Gol será de um tamanho que jamais foi durante a pandemia e deverá ter porte similar ao que era no segundo trimestre de 2019. Porém, mercados importantes foram alterados. A ponte aérea com o Santos Dumont se mantém praticamente igual em termos de slots dedicados. No entanto, do aeroporto mais central de São Paulo o cliente Gol terá uma oferta maior a Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Estes destinos terão múltiplos voos por dia, em uma operação encorpada.

Destaque para Recife e Salvador. “A grande novidade de Congonhas é que as capitais de Pernambuco e da Bahia estão sendo tratadas como prioridades. Teremos de oito a dez frequências diárias para estes destinos, a depender do dia e da sazonalidade. Trata-se de uma operação inédita para a Gol, que no pré-pandemia operava no máximo cinco voos por dia a cada uma dessas cidades a partir de Congonhas”, explica Rafael Araújo.

O aeroporto da zona sul de São Paulo será mais focado no público paulistano, enquanto o aeroporto vizinho à capital será voltado para a conectividade.

GUARULHOS
Tais readaptações em Congonhas impactarão diretamente a operação da Gol no Aeroporto de Guarulhos. A companhia aérea deve subir de uma base média de pouco mais de 30 mercados neste terminal para quase 60. GRU será um dos principais hubs da Gol para destinos regionais para além da parceria já existente com a VoePass no aeroporto.

“Teremos um enfoque bem pronunciado dos mercados regionais em Guarulhos, com duas ou três frequências diárias para todos os mercados em que já operamos. Utilizaremos tanto os B737 da Gol, e o 800 em alguns casos, quanto os ATR da nossa parceira VoePass e podemos adaptar cada rota a partir da demanda para cada cidade. Teremos destinos regionais que poderão chegar a quatro ou cinco voos diários”, explica o diretor de Malha. “Estamos atentos à operação de bancos de conexões. A Gol dará um foco muito maior a Guarulhos em termos de conectividade, tanto no doméstico quanto no internacional”, completa.

Punta Cana e Montevidéu já são destinos no Exterior operados pela Gol em Guarulhos, e ainda em dezembro o serviço a Buenos Aires será retomado, mas o diretor diz que a empresa está de olho também na conectividade baseada nos bancos de conexão das parceiras Air France-KLM e, agora, American Airlines, com quem a brasileira finalmente poderá operar de maneira mais estreita, na retomada dos voos aos Estados Unidos.

“Nesta nova malha em Guarulhos, conectaremos o cliente internacional não só às capitais como aos destinos regionais. Estamos dando um foco muito maior para Guarulhos em termos de conectividade.”

Para ilustrar a volta do regional, o executivo menciona Cascavel (PR), que começou em 2019 com um único voo diário de Guarulhos e agora terá três frequências por dia em média. A VoePass é chave nesta estratégia a partir do maior aeroporto do Brasil. Os ATR da companhia operam cinco destinos exclusivos para a Gol e há intenção de manter esses laços para uma expansão regional rumo ao interior do Rio Grande do Sul, como Pelotas e Uruguaiana.

SANTOS DUMONT
Além de São Paulo, a Gol busca a retomada no Rio de Janeiro. A companhia vem sendo demandada pelos clientes principalmente em relação a Santos Dumont, aeroporto no qual historicamente mantém uma posição de liderança e assim pretende se estabelecer nesta nova malha. Voos como SDU-Belo Horizonte, por exemplo, serão retomados. Hoje, a capital mineira é ligada com o Rio apenas via Galeão. “Voltaremos com padrão de serviço que nosso cliente está acostumado em Santos Dumont. O passageiro e o agente de viagens estão pedindo isso e estamos nos esforçando para entregar. Voltaremos a ser protagonistas em Santos Dumont com esse novo desenho”, garante Rafael Araújo.

BRASÍLIA
O aeroporto de Brasília também está recebendo atenção da companhia aérea, que já voa de lá para Cancún. BSB tem um papel fundamental para conectar os clientes da Gol ao Norte e ao Centro-Oeste, em mercados regionais, também com a participação da VoePass. “Estamos empenhados em crescer de Brasília rumo ao Norte e por isso o cliente verá um reforço de frequências em mercados importantes a partir de lá. Seremos um player relevante na base da capital federal. O cliente certamente vai considerar a Gol neste terminal tão estratégico para o País”, afirma o diretor.

FORTALEZA
O hub nordestino da Gol criado em 2018 em parceria com a Air FranceKLM continua sendo estratégico para a companhia brasileira. Rafael Araújo prevê o terminal de Fortaleza como um importante centro de conectividade regional e doméstico nesta malha redesenhada. “Temos quase 100% da oferta pré-pandemia resgatada em Fortaleza e os resultados têm sido importantes. Esse enfoque continua”, aponta.

SALVADOR
Mais slots serão utilizados pela Gol no aeroporto de Salvador. A intenção é criar uma alimentação e competir mais fortemente na Bahia, vide a importância dada na conectividade com Congonhas. Além da demanda do lazer, Salvador é relevante para o passageiro que visita familiares e amigos. Salvador é uma das maiores novidades neste novo cenário. A Gol dará aos soteropolitanos um crescimento de oferta 50% a 60% superior ao período pré-pandemia.

VELOCIDADE DE READAPTAÇÃO
O diretor de Planejamento de Malha Aérea da Gol confia nas mudanças da companhia aérea para atender a um novo cenário que vem aí. Rafael Araújo acredita que já entre o fim de dezembro e janeiro dará para sentir como a demanda vai se comportar em relação à nova oferta da empresa. Ele diz que um dos grandes trunfos da aérea é a velocidade de readaptação conforme as vendas forem maiores ou menores para cada rota.

“Acreditamos na mudança de perfil do passageiro e temos agilidade total para incluir ou retirar voos para tornar nossa operação o mais rentável possível. A Gol está com uma oferta extremamente bem direcionada para onde o brasileiro quer ir, e muito mais flexível para ouvir e realizar adaptações ao longo do tempo.”

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