Filip Calixto   |   19/09/2025 15:12

Brasil deve ganhar duas novas companhias aéreas até 2026, diz ministro de Aeroportos

Costa Filho anuncia estreia da Total Linhas Aéreas em voos de passageiros e a chagada de uma regional

PANROTAS / Emerson Souza
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

O mercado aéreo brasileiro poderá contar com duas novas companhias regionais até janeiro de 2026. A informação foi dada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista ao C-Level, videocast da Folha de S.Paulo. Uma das estreantes, conforme informa o ministro, será a Total Linhas Aéreas, que hoje atua no transporte de cargas e se prepara para oferecer voos de passageiros. A outra é uma nova empresa de capital nacional, formada por empresários brasileiros, dedicada exclusivamente à aviação regional.

Segundo Costa Filho, essas iniciativas devem fortalecer a integração entre capitais e cidades do interior, um dos principais gargalos da aviação no Brasil.

Crédito para expansão e compra de aeronaves

O ministro de Portos e Aeroportos destacou que o FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil), com cerca de R$ 4 bilhões em crédito via BNDES, será fundamental para a renovação e ampliação da frota nacional. O incentivo deve estimular as companhias aéreas a comprarem aeronaves da Embraer, abrindo espaço também para empresas de baixo custo a partir de 2026.

Hoje, apenas 12% dos aviões em operação no Brasil são da fabricante nacional - número muito inferior à proporção observada em países como Estados Unidos e França, onde Boeing e Airbus, respectivamente, dominam o mercado.

"Com o FNAC, uma companhia aérea poderá adquirir até 30 aviões por meio do BNDES. Isso é um ganho significativo para o Brasil, que vai estimular a aviação regional", afirmou o ministro no bate-papo do C-Level.

Aviação regional em pauta

O chefe da pasta reconheceu que o setor aéreo priorizou grandes rotas nas últimas décadas, deixando em segundo plano os voos regionais. Ele ressaltou que a ampliação da malha depende também de estímulos estaduais, como a redução do ICMS sobre o combustível de aviação.

Atualmente, Latam, Gol e Azul já negociam a compra de até 60 aviões da Embraer com o objetivo de expandir as rotas regionais.

Investimentos em aeroportos

Outro ponto destacado por Costa Filho foi o Programa Ampliar, lançado pelo governo para incentivar a aviação regional com 100% de investimento privado. Nessa primeira fase, 19 aeroportos devem ser requalificados, totalizando quase R$ 2 bilhões em aportes. O resultado da licitação deve ser conhecido em até 30 dias.

O ministro também citou medidas para aliviar a saturação do aeroporto de Congonhas (SP), que enfrenta limitações de capacidade. Entre as alternativas estão a liberação do aeroporto Catarina, para voos comerciais, e o fortalecimento do aeroporto de Olímpia (SP), considerado estratégico para o Turismo.

Total Linhas Aéreas e nova companhia

Enquanto a Total Linhas Aéreas já deu sinal verde para a ampliação de suas operações, a segunda empresa encontra-se em fase de estruturação. O ministro reforçou que o governo está acompanhando de perto o processo junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e oferecendo linhas de crédito via BNDES para viabilizar os investimentos.

"Espero que em janeiro possamos anunciar oficialmente essa nova companhia aérea no Brasil", disse Silvio Costa Filho.

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Sobre o autor

Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes