Brasil deve ganhar duas novas companhias aéreas até 2026, diz ministro de Aeroportos
Costa Filho anuncia estreia da Total Linhas Aéreas em voos de passageiros e a chagada de uma regional

O mercado aéreo brasileiro poderá contar com duas novas companhias regionais até janeiro de 2026. A informação foi dada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista ao C-Level, videocast da Folha de S.Paulo. Uma das estreantes, conforme informa o ministro, será a Total Linhas Aéreas, que hoje atua no transporte de cargas e se prepara para oferecer voos de passageiros. A outra é uma nova empresa de capital nacional, formada por empresários brasileiros, dedicada exclusivamente à aviação regional.
Segundo Costa Filho, essas iniciativas devem fortalecer a integração entre capitais e cidades do interior, um dos principais gargalos da aviação no Brasil.
Crédito para expansão e compra de aeronaves
O ministro de Portos e Aeroportos destacou que o FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil), com cerca de R$ 4 bilhões em crédito via BNDES, será fundamental para a renovação e ampliação da frota nacional. O incentivo deve estimular as companhias aéreas a comprarem aeronaves da Embraer, abrindo espaço também para empresas de baixo custo a partir de 2026.
Hoje, apenas 12% dos aviões em operação no Brasil são da fabricante nacional - número muito inferior à proporção observada em países como Estados Unidos e França, onde Boeing e Airbus, respectivamente, dominam o mercado.
"Com o FNAC, uma companhia aérea poderá adquirir até 30 aviões por meio do BNDES. Isso é um ganho significativo para o Brasil, que vai estimular a aviação regional", afirmou o ministro no bate-papo do C-Level.
Aviação regional em pauta
O chefe da pasta reconheceu que o setor aéreo priorizou grandes rotas nas últimas décadas, deixando em segundo plano os voos regionais. Ele ressaltou que a ampliação da malha depende também de estímulos estaduais, como a redução do ICMS sobre o combustível de aviação.
Atualmente, Latam, Gol e Azul já negociam a compra de até 60 aviões da Embraer com o objetivo de expandir as rotas regionais.
Investimentos em aeroportos
Outro ponto destacado por Costa Filho foi o Programa Ampliar, lançado pelo governo para incentivar a aviação regional com 100% de investimento privado. Nessa primeira fase, 19 aeroportos devem ser requalificados, totalizando quase R$ 2 bilhões em aportes. O resultado da licitação deve ser conhecido em até 30 dias.
O ministro também citou medidas para aliviar a saturação do aeroporto de Congonhas (SP), que enfrenta limitações de capacidade. Entre as alternativas estão a liberação do aeroporto Catarina, para voos comerciais, e o fortalecimento do aeroporto de Olímpia (SP), considerado estratégico para o Turismo.
Total Linhas Aéreas e nova companhia
Enquanto a Total Linhas Aéreas já deu sinal verde para a ampliação de suas operações, a segunda empresa encontra-se em fase de estruturação. O ministro reforçou que o governo está acompanhando de perto o processo junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e oferecendo linhas de crédito via BNDES para viabilizar os investimentos.
"Espero que em janeiro possamos anunciar oficialmente essa nova companhia aérea no Brasil", disse Silvio Costa Filho.