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A Air Canada se prepara para uma grande paralisação à medida que aumentam as tensões com seus comissários de bordo. A companhia já começou a cancelar voos diante da possibilidade de uma suspensão das atividades, o que pode impactar milhares de pessoas. Dado o impasse atual entre as partes, as próximas 72 horas poderão determinar se a companhia aérea interromperá completamente suas operações.

Qual será o impacto da greve para os viajantes?

A Air Canada começou a cancelar voos após seus comissários de bordo emitirem um aviso de greve de 72 horas, o que pode significar que todas as operações da empresa sejam paralisadas em todo o país. A companhia afirma que a paralisação pode afetar cerca de 130 mil passageiros por dia e, até o final da última sexta-feira (3), centenas de voos já haviam sido cancelados.

De acordo com o canal KCRA 3, todos os voos da Air Canada e da Air Canada Rouge devem ser interrompidos até a manhã do próximo sábado (11). Mark Nasr, diretor de Operações da companhia aérea, disse que a decisão de interromper os voos gradualmente facilitará a retomada caso um acordo seja alcançado.

Mark Nasr, diretor de Operações da companhia aérea, afirmou que “nas melhores circunstâncias, levará uma semana inteira para normalizar tudo”. Várias rotas internacionais de longa distância já tiveram os primeiros cancelamentos e cerca de 25 mil canadenses podem ficar 'presos' no Exterior todos os dias, segundo o KCRA 3.

Voos internacionais de longa distância que estavam programados para sair na noite da última quinta-feira foram os primeiros afetados, com dezenas de voos cancelados. “Até amanhã à noite, esperamos ter cancelado voos que afetam mais de 100 mil clientes”, disse Nasr. “Quando chegarmos à 1h da manhã de sábado, estaremos completamente paralisados.” Até o final da sexta-feira, espera-se o cancelamento de 500 voos.

Em seu site, a companhia aérea afirma que durante todo o processo, permanecerá totalmente comprometida em resolver cada solicitação com cuidado e precisão.

Transporte alternativo

Para os que reservaram por conta própria um transporte alternativo, a Air Canada afirma, em seu site, que fez uma exceção à sua política padrão, permitindo o reembolso de uma tarifa razoável em outra companhia aérea (site externo, que pode não atender a todas as preferências de idioma ou acessibilidade), desde que:

• O passageiro tenha um voo da Air Canada ou Air Canada Rouge programado para partir entre 15 e 23 de agosto de 2025, que foi cancelado;
• O viajante tenha recebido um e-mail da Air Canada informando que não seria possível remarcar o voo, ou que as opções oferecidas tinham partida superior a cinco dias após a data original;
• O cliente tenha escolhido um voo na mesma classe ou inferior à do voo original;
• Tenha optado por voos ou outros meios de transporte alternativos (como ônibus, balsa, carro etc) entre a mesma origem e destino, podendo partir de outro aeroporto na mesma cidade, e esteja viajando com os mesmos companheiros de reserva (alterações nos pontos de conexão são permitidas, desde que a viagem permaneça contínua);
• O transporte alternativo tenha partido dentro de cinco dias após o voo cancelado;
• O passageiro tenha escolhido a opção mais razoável e econômica, priorizando chegar ao destino o mais rápido possível.

Quais são as principais reivindicações do sindicato?

O Sindicato Canadense dos Empregados Públicos (CUPE), que representa cerca de dez mil comissários de bordo, afirma que o conflito se deve principalmente aos baixos salários e à falta de pagamento pelo tempo gasto em solo. Alguns comissários exibiram cartazes em uma coletiva de imprensa com frases como “Trabalho não pago não decola” e “Salários de pobreza = não canadense”, demonstrando sua insatisfação.

A Air Canada recentemente ofereceu um aumento total de 38% na remuneração — incluindo salários, pensões e benefícios — ao longo de quatro anos. Mas o sindicato afirma que isso ainda não resolve todas as preocupações. Natasha Stea, porta-voz do sindicato, disse que a administração pode estar contando com a intervenção do governo federal, em vez de negociar de fato. “Ainda há tempo para chegar a um acordo, se sentarmos e conversarmos”, afirmou.

O governo pode intervir para impedir a paralisação?

A companhia aérea sugeriu arbitragem obrigatória, mas o sindicato recusou, insistindo em negociações diretas nas quais todos os membros possam votar. Patty Hajdu, ministra federal do Trabalho, pediu que ambas as partes cheguem a um acordo na mesa, mas não descartou uma intervenção governamental caso a situação se agrave.

Essa greve surge quase um ano depois de a Air Canada ter evitado por pouco um problema semelhante com seus pilotos, que chegaram a um acordo contratual antes de emitir aviso de greve. O sindicato dos pilotos declarou apoio aos comissários de bordo e pediu que seu direito de negociação coletiva seja respeitado sem interferência do governo.

Atualmente, a Air Canada está oferecendo reembolso total aos passageiros cujos voos foram cancelados. A empresa também está trabalhando com outras companhias aéreas para tentar realocar passageiros quando possível. No entanto, com o prazo se aproximando, o futuro da principal companhia aérea do Canadá ainda é incerto, e o impacto para os viajantes pode ser enorme.

Com informações do site MSN.com.