Grupo Lufthansa dobra oferta de voos e aposta no mercado premium do Brasil
Grupo Lufthansa ainda dobrou conectividade na América Latina com a aquisição da ITA Airways

O CEO do Grupo Lufthansa, Carsten Spohr, está no Brasil nesta semana. Além de alinhar estratégias com as equipes do País e se reunir com os principais parceiros, o executivo também apresentou planos da empresa para o mercado brasileiro e da América Latina, em conferência de imprensa realizada nesta quinta-feira (4), com a presença também do diretor de Vendas para as Américas, Dirk Janzen.
O País é hoje um dos mercados mais estratégicos para o grupo alemão, não apenas pelo legado histórico, mas pelo peso econômico e pelo crescimento do segmento premium entre viajantes brasileiros. No encontro, Spohr detalhou a visão global do grupo, a expansão na América Latina, desafios de frota e os investimentos em novos produtos a bordo.
“Estive aqui apenas dois anos atrás. É um dos nossos mercados-chave e sua importância está aumentando. Nos últimos 30 anos, o sucesso da companhia esteve muito baseado no hemisfério Norte (América do Norte, China, Coreia, Japão). Nos próximos anos, estou convencido de que isso vai se deslocar em direção ao hemisfério Sul. Primeiro para a América Latina, mas também para a África, Sudeste Asiático e Austrália"
Carsten Spohr, CEO do Grupo Lufthansa
Spohr destacou ainda que a aquisição da ITA Airways reforça esse movimento. “Estamos tentando estender nossa presença muito concretamente agora com a aquisição da ITA, a mais nova companhia do grupo. Tanto é que dobramos a conectividade na América Latina com esta aquisição. Isso por si só mostra a relevância da ITA em um de nossos mercados-chave”, disse o CEO do Grupo Lufthansa.

Ele destacou ainda que a relevância da ITA vai além do Brasil e reforça a presença no mercado italiano e global. “Na Itália, já éramos a companhia número um em voos de longa distância. Levamos passageiros das cidades menores italianas via Munique, Frankfurt e Zurique para a América do Norte e outras regiões da Ásia. Agora, com a ITA, acreditamos que nossa participação de mercado na Itália aumentará em 13%", revelou.
Segundo ele, além da qualidade operacional, a ITA Airways chegou como uma companhia moderna e com custos competitivos. “É uma empresa jovem, com uma estrutura de custos muito positiva. Tivemos muitas razões para comprar a ITA e, novamente, o Brasil sozinho já mostra como essa aquisição é um sucesso. Só meu departamento de marketing ainda não percebeu isso”, brincou Carsten.
Frequências dobradas, 100 anos de Lufthansa e 70 anos de Brasil

O CEO celebrou o aumento expressivo de operações entre Brasil e Europa nos últimos meses, inclusive com a retomada do voo Munique–Guarulhos. E com a entrada da ITA no grupo, Spohr reafirmou que "apenas com essa adição, dobramos nossa exposição de frequências para o Brasil.”
“Dobramos os voos para o Brasil. Já voávamos para Guarulhos a partir de Frankfurt e agora novamente a partir de Munique, uma promessa que fiz na minha última visita. Também temos Zurique e duas frequências diárias para Roma. Além disso, trouxemos de volta o Rio, agora diário de Frankfurt, seis vezes por semana, enquanto a ITA voa diariamente do Rio para Roma”
Carsten Spohr, CEO do Grupo Lufthansa
Em 2026, a Lufthansa completará 70 anos de operações no País. “A Lufthansa celebra 70 anos no Brasil no ano que vem. Começamos de Hamburgo via Düsseldorf e Roma, para Dakar, Recife, Rio e São Paulo. Depois seguimos para Montevidéu e Buenos Aires. Isso há 70 anos, disse o CEO, ao lembrar que a companhia já operava no Brasil antes mesmo da Segunda Guerra Mundial. “A velha Lufthansa, antes da guerra, já voava para cá — naquela época apenas carga e correio. Nós voamos para o Brasil antes de voar para os Estados Unidos.”
Crescimento da demanda premium no Brasil

O CEO destacou também como o mercado premium brasileiro ganhou relevância. “Notei, nesses dois anos, a riqueza, o desenvolvimento positivo, a autoconfiança crescendo no País. E a Lufthansa faz parte desse sucesso histórico e quer fazer parte do sucesso futuro”, destacou.
Com forte presença no segmento corporativo e alta procura por serviços de alta nível, o mercado brasileiro se alinha à estratégia global do grupo. “O Brasil é um mercado cada vez mais interessante para nós. Somos uma companhia premium, um grupo premium. Não somos a companhia mais barata do mundo, somos de um país de alto custo, e precisamos de passageiros premium para fazer nosso negócio funcionar", disse ele.
Por isso, os melhores produtos do grupo virão ao Brasil. “Estamos reconfigurando nossas aeronaves, tanto na Lufthansa quanto na Swiss, com o novo Allegris e o Swiss Senses, que acredito serem os produtos premium mais avançados da indústria em primeira classe, business class e também premium economy. A economia também é ótima, mas outros têm boas economias. Acho que as classes premium da Lufthansa e da Swiss são excepcionais", finalizou o CEO do Grupo Lufthansa.