O que falta para as low costs terem maior presença na América Latina?
Estudo da OAG revela que é necessária uma mudança estrutural na propriedade das low costs da região

Um levantamento feito pela OAG revelou que o setor internacional low-cost na América Latina ainda tem participação inferior a 20%, número baixo se comparado à Europa, onde 45% da capacidade internacional é operada por companhias aéreas de baixo custo. Isso sugere que há espaço para crescimento nos próximos anos.
Mas o que é necessário para que isso aconteça? Segundo o estudo, é necessária uma mudança estrutural na propriedade das low costs da região, que hoje costumam atuar em um único mercado, ao contrário das companhias tradicionais, como Lan e Avianca, que estão presentes em vários países.
Ou seja, só adotando uma abordagem pan-regional, como visto na Europa e cada vez mais no Oriente Médio e Ásia, o setor low-cost poderá competir plenamente. Porém, desafios regulatórios tornam esse cenário difícil de alcançar.

Um novo impulso no setor low cost
Não há dúvida de que a conectividade internacional estimula a atividade econômica e também é certo que, na América Latina, o mercado se desenvolveu fortemente desde o início do século. Mas apesar desse crescimento (e das falências ocasionais de companhias), estruturalmente parece que, para a região atingir todo o seu potencial, pode ser necessário um novo impulso no setor low-cost.
A adoção de uma abordagem de mercado regional integrado, como ocorre na Europa e cada vez mais no Oriente Médio e Ásia, pode ser essencial. A grande questão é: quem enxergará a oportunidade e fará isso acontecer?
Low costs que tiveram dificuldade ou fracassaram na América Latina
Veja, abaixo, exemplos de companhias aéreas low cost que tiveram dificuldades de operar na América Latina:
- Viva Air (Colômbia/Peru) - Low cost colombiana que cresceu rápido, mas entrou em crise em 2023 e suspendeu operações ao tentar fusão com a Avianca (negada pelos reguladores);
- Interjet (México) - Já foi uma das maiores low costs mexicanas; colapsou em 2020 por má gestão e dívidas;
- Allegiant (EUA) - Chegou a avaliar voos para Cancún e outros destinos, mas não consolidou operações regulares;
- Norwegian Air Argentina - Subsidiária criada em 2018, não resistiu à crise econômica argentina e foi incorporada pela JetSmart em 2019;
- Flybondi (Argentina) e JetSmart (Chile/Argentina) - Continuam ativas, mas enfrentaram enormes barreiras regulatórias e de infraestrutura (ex.: restrições de slots, aeroportos com pouca capacidade).