Abrasel defende retorno do horário de verão após alerta do ONS
Entidade cita alerta do ONS e impactos positivos no setor elétrico, comércio e segurança

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) reiterou nesta semana seu apoio ao retorno do horário de verão, em resposta ao alerta do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) sobre risco de déficit de potência nos horários de pico no País. O ONS apontou a necessidade de medidas para aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, especialmente no segundo semestre de 2025.
A proposta de retomada do horário de verão é vista pela Abrasel como uma alternativa de baixo custo, com potencial de impacto direto na distribuição do consumo de energia elétrica. A entidade afirma que o adiantamento dos relógios contribui para reduzir a sobrecarga no início da noite, período em que há maior demanda energética.
Segundo a Abrasel, a adoção do horário de verão também pode favorecer o setor de bares e restaurantes, com expectativa de aumento na movimentação de clientes entre 18h e 21h. A estimativa da entidade é de que esse fluxo adicional pode representar crescimento de 10% a 15% no faturamento mensal de pequenos estabelecimentos. Dados divulgados anteriormente por entidades do varejo no Rio de Janeiro e Espírito Santo indicaram incremento de até 4% nas vendas do comércio de rua no mesmo período.
A entidade também cita efeitos indiretos sobre outros setores, como segurança pública e saúde. “Mais luz natural à noite reduz a sensação de insegurança e promove mais qualidade de vida e bem-estar, além de contribuir com a redução do uso de fontes poluentes, como as usinas termelétricas”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Uma pesquisa realizada em 2024 pelo site Reclame Aqui, em parceria com a Abrasel, apontou que 54,9% dos consumidores apoiam o retorno do horário de verão. Entre os motivos citados estão economia de energia, maior tempo para lazer e sensação de segurança.
A Abrasel defende que o cenário atual exige reavaliação das decisões anteriores sobre o tema. A entidade considera que há tempo suficiente para que o governo federal planeje a retomada ainda neste ano, considerando as recomendações técnicas e os possíveis impactos positivos.