Victor Fernandes   |   28/10/2022 18:15

Ocupação e receita hoteleira dos EUA aumentarão em 2023

Resultado virá apesar da inflação e potencial recesso que o país experienciará no próximo ano

PANROTAS / Victor Fernandes
Rico Louw, da STR, e Brent Mertz, da CBRE
Rico Louw, da STR, e Brent Mertz, da CBRE
CLEVELAND (EUA) – No primeiro dia da Best Western Convention, realizada em Cleveland, nos Estados Unidos, um dos painéis educacionais, feito em parceria pela STR e CBRE, empresas de dados, abordou a recuperação da hotelaria no país. O panorama geral é que ocupação e receita por quarto disponível (RevPAR) aumentarão em 2023, apesar da inflação e potencial recessão que o país passará no próximo ano.

"A recuperação completa da indústria hoteleira está logo à frente", afirmou o gerente de Vendas regional da STR, Rico Louw. Confira abaixo alguns dos dados da hotelaria nos Estados Unidos:

  • 2021: Ocupação de 57,6%; ADR (tarifa média diária) de US$ 125; RevPAR (receita por quarto disponível) de US$ 72; e queda de 17% no RevPAR comparado a 2019;
  • Previsão 2022: Ocupação de 63%; ADR de US$ 148; RevPAR de US$ 93; e aumento de 8% no RevPAR comparado a 2019;
  • Previsão 2023: Ocupação de 64,6%; ADR de US$ 152; RevPAR de US$ 98; e aumento de 14% no RevPAR comparado a 2019;
  • Previsão 2024: Ocupação de 65,8%; ADR de US$ 157; RevPAR de US$ 103; e aumento de 20% no RevPAR comparado a 2019.

Outro dado importante apontado por Louw durante a apresentação foi que as Américas estão liderando a recuperação do RevPAR global, sendo que a América Central e América do Sul ainda se destacam mais do que a América do Norte. De acordo com o executivo, a recuperação da hotelaria na América Latina é devido a uma influência do câmbio, que, com a moeda desvalorizada, a região se torna um destino mais barato e atrativo. Enquanto isso, a Ásia fica para trás na recuperação hoteleira devido à demora para retirada das restrições de viagem.

Também participou da apresentação Brent Mertz, diretor de Hotels Advisory da CBRE, para comentar sobre dados que impactarão a hotelaria dos Estados Unidos em 2023. Confira abaixo os principais destaques.

1. Economia
O PIB da hotelaria dos Estados Unidos ultrapassou níveis pré-pandêmicos em 2022. A previsão é que seja experienciado um leve recesso no 1º semestre de 2023 e uma recuperação no segundo semestre, resultando em uma queda de 0,2% no PIB no acumulado do ano de 2023.

2. Empregos
O nível de desemprego atual está igual ao pré-pandemia, em 2019, com 3,5%; mas é esperado um nível um pouco superior em 2023 devido à recessão citada anteriormente. Alto nível de emprego deve resultar em pressões salariais.

3. Inflação
A inflação continua a mais alta em 40 anos, mas deu uma leve desacelerada atualmente. No entanto, a CBRE continua a reavaliar expectativas de inflação para cima e projeta que a inflação se mantenha elevada durante 2023. É esperada que a inflação se mantenha acima do nível de 3,3% até 2024.

4. Modelo de trabalho
"Trabalhar de casa provavelmente se manterá no mercado de trabalho", afirmou Brent Mertz, que não vê a ocupação dos escritórios voltando para os níveis pré-pandemia. Esta demora da volta ao escritório deve impactar negativamente as viagens corporativas e, consequentemente, a hotelaria de grandes cidades, como Nova York.

5. Viagens internacionais
De acordo com dados da CBRE, ainda há espaço de crescimento para a recuperação das viagens internacionais, especialmente vindo da China e outros países asiáticos. Em 2019, os chineses eram os turistas estrangeiros que mais gastavam nos Estados Unidos, e em 2022 a China não figura entre os 10 principais países emissores para os EUA.

6. Performance operacional
Reabertura de estabelecimentos comerciais e maiores salários conduzirão ao declínio do GOP (lucro operacional bruto). Além disso, as receitas estão um pouco abaixo de níveis pré-pandemia e preços elevados dos combustíveis aumentarão valores operacionais.

7. Materiais
Metal e madeira estão mais caros, impactando em construções e reformas, mas voltarão aos preços regulares em um futuro breve.

8. Aluguéis de curto prazo
Brent Mertz também respondeu à seguinte pergunta durante a sua apresentação: "Como plataformas, como o Airbnb, vão impactar a hospitalidade tradicional?". E a resposta foi: "Airbnb está aqui, mas não acredito que ameace os hotéis necessariamente".

Pesquisa do CBRE mostra ainda que o crescimento de unidades de Airbnb ativas desacelerou nos principais mercados dos EUA, porém unidades ativas mostraram crescimento em locais remotos e não urbanos por todos os Estados Unidos.


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