Filip Calixto   |   03/09/2025 17:04
Atualizada em 03/09/2025 17:09

Cruzeiros no Brasil: CEO da Clia Global destaca avanços, desafios e caminhos do setor

CEO da Clia Global opinou sobre como melhorar no operacional e pediu antecipação para trazer navios

PANROTAS / Filip Calixto
Charles Bud Darr, CEO global da Clia
Charles Bud Darr, CEO global da Clia

BRASÍLIA (DF) - Melhorar oferta de excursões, explorar o público jovem e garantir que os terminais proporcionem boas experiências de embarque e desembarque. Esses são os principais aspectos, do ponto de vista operacional, que Bud Darr, presidente e CEO da Clia Global, destacou como fundamentais para que o mercado de cruzeiros no Brasil eleve a experiência dos viajantes.

De acordo com o executivo, esses fatores podem ser diferenciais importantes para um país que já possui atributos naturais e culturais invejáveis para competir no segmento.

Darr acredita que há necessidade de qualificação da infraestrutura de excursões e portos. Ele lembrou que a decisão de embarcar em um cruzeiro não depende apenas do navio, mas também da qualidade dos destinos visitados e das condições dos terminais.

Nesse sentido, a aposta em excursões melhor estruturadas e em um olhar especial para o público jovem pode ampliar a base de clientes e tornar o produto ainda mais atrativo.

Ele, contudo, também fez outros alertas. Para Darr, é essencial mais clareza em relação à questão regulatória e aos vistos, além de um plano estratégico de longo prazo para atração de navios. "É difícil recuperar embarcações quando se perdem [disse fazendo menção aos dois navios que teremos a menos na próxima temporada em relação à passada]. É preciso trabalhar com anos de antecedência para garantir a presença dos cruzeiros", reforçou.

Desafios regulatórios e custos elevados

Charles Bud Darr também chamou atenção para os custos portuários no Brasil, que ainda são considerados altos frente a destinos concorrentes, como Caribe, Mediterrâneo e Alasca. Ele frisou que, apesar de o País contar com 96% dos viajantes desejando repetir a experiência de um cruzeiro, esse potencial só se concretizará se houver um ambiente regulatório mais competitivo.

"Há um enorme potencial de crescimento aqui, mas ele só será plenamente realizado se mantivermos parcerias sólidas com governo, comunidades locais e toda a cadeia do setor", pontuou o presidente e CEO da Clia Global.

PANROTAS / Filip Calixto
Marco Ferraz, Bud Darr e Dario Rustico, da Clia
Marco Ferraz, Bud Darr e Dario Rustico, da Clia

O olhar das armadoras

Dario Rustico, presidente da Costa Cruzeiros para as Américas e também presidente do Conselho da Clia Brasil, foi enfático ao lembrar que navios são ativos móveis e, portanto, disputados por diferentes mercados em todo o mundo. Segundo ele, quando o Brasil quer competir por uma embarcação, precisa estar preparado para planejar com antecedência, oferecer condições claras e mostrar vantagens concretas em relação a outros destinos.

"Não podemos perder de vista que, se um navio não encontra espaço adequado aqui, ele será deslocado para o Caribe, para o Mediterrâneo ou para o Alasca. É uma competição real, e o Brasil precisa jogar esse jogo de forma estratégica. Isso significa preparar infraestrutura, simplificar processos e, sobretudo, garantir previsibilidade para as companhias que querem investir no País"

Dario Rustico, presidente da Costa Cruzeiros para as Américas e também presidente do Conselho da Clia Brasil

Rustico reforçou ainda que o desafio vai além de trazer os navios: é preciso também oferecer ao cliente experiências completas. "O passageiro busca destinos atrativos em terra, mas também experiências únicas a bordo. O público é diverso e não aceita soluções genéricas. Cada segmento precisa encontrar um portfólio de preferências dentro do navio e fora dele. Essa é a chave para fidelizar e crescer no mercado brasileiro", concluiu.

PANROTAS / Filip Calixto
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil e anfitrião do dia
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil e anfitrião do dia

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