Filip Calixto   |   03/09/2025 12:44
Atualizada em 03/09/2025 13:05

Temporada 2024/2025 de cruzeiros gera R$ 5,43 bilhões à economia brasileira

Estudo apresentado pela Clia revelou que cada R$ 1 investido pelo setor gerou R$ 4,05 na economia nacional


PANROTAS / Filip Calixto
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, apresentou os números da temporada 2024/2025
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, apresentou os números da temporada 2024/2025

BRASÍLIA (DF) - A temporada 2024/2025 de cruzeiros registrou o segundo maior número de passageiros da série histórica, com 838 mil cruzeiristas embarcados, 0,8% abaixo do período anterior. O dado integra o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a Clia Brasil, lançado durante o 7º Fórum Clia Brasil 2025, em Brasília.

Impacto econômico e geração de empregos

O setor movimentou R$ 5,43 bilhões, crescimento de 3,8% em relação à temporada anterior. Cada R$ 1 investido pelo setor gerou R$ 4,05 na economia nacional, mostrando o forte efeito multiplicador da atividade.

  • R$ 2,95 bilhões foram gerados pelas companhias marítimas (+5,5%)
  • R$ 2,48 bilhões vieram de cruzeiristas e tripulantes (+3,7%)
  • R$ 577,4 milhões arrecadados em tributos federais, estaduais e municipais

A temporada gerou 84,6 mil postos de trabalho, 5,3% a mais que no período anterior, sendo:

  • 1.617 tripulantes
  • 82.985 empregos diretos, indiretos e induzidos pelo setor, envolvendo agências de viagens, turismo, hotelaria, comércio, alimentação e transporte

O impacto econômico médio por passageiro foi de:

  • R$ 709,47 nas cidades de escala
  • R$ 918,15 nas cidades de embarque e desembarque

Rotas e portos

Entre novembro de 2024 e abril de 2025, nove navios percorreram dezenas de destinos brasileiros e sul-americanos, com embarques em portos como: Itajaí, Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió e Paranaguá

E escalas em cidades como: Angra dos Reis, Balneário Camboriú, Búzios, Fortaleza, Ilhabela, Ilha Grande, Ilhéus, Porto Belo e Recife

O roteiro internacional incluiu paradas em Buenos Aires, Montevidéu e Punta del Este.

Navios de passagem

Pela primeira vez, o estudo considerou os 29 navios de passagem com escalas no Brasil em roteiros internacionais. O impacto adicional foi:

  • R$ 583,9 milhões à economia
  • 9,1 mil empregos gerados
  • R$ 62,1 milhões em tributos

Somados cabotagem e navios de passagem, o impacto total da temporada chegou a R$ 6 bilhões, com 93,7 mil postos de trabalho gerados.

PANROTAS / Filip Calixto
Os principais números da temporada 2024/2025 foram apresentados pelos líderes da Clia Brasil no início do evento
Os principais números da temporada 2024/2025 foram apresentados pelos líderes da Clia Brasil no início do evento

Brasileiros pelo mundo

Além dos cruzeiros no Brasil, 171.300 brasileiros viajaram ao exterior em 2024, gerando R$ 931,7 milhões em receita, com destaque para roteiros no Caribe, Europa e cruzeiros transatlânticos.

Próxima temporada: desafios à frente

A temporada 2025/2026, que começa em outubro de 2025, terá sete navios de cabotagem – dois a menos que a temporada mais recente – e 674,6 mil leitos, queda de 19,5% em relação ao período anterior. O impacto econômico e a geração de empregos devem ser cerca de 20% menores.

“A temporada 2024/2025 trouxe resultados econômicos expressivos e milhares de empregos. Mas já sabemos que esses números não se repetirão na próxima temporada. É urgente que setor público e privado caminhem juntos para ampliar a competitividade, reduzir custos, investir em infraestrutura e atualizar a regulação"

Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil

Charles Bud Darr, CEO da Clia Global, lembrou que 96% dos viajantes brasileiros querem repetir a experiência, ou seja, seguem como potenciais cruzeiristas, mas alertou que custos portuários elevados e regulações inadequadas podem afastar navios para destinos concorrentes como Caribe, Mediterrâneo e Alasca

"Há um enorme potencial de crescimento no país, mas ele só será plenamente realizado se mantivermos parcerias sólidas com governo, comunidades locais e toda a cadeia do setor”, disse Bud Darr.

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