Karina Cedeño   |   05/05/2025 13:49
Atualizada em 05/05/2025 13:59

CEO da US Travel exige estratégia para reverter queda de visitantes nos EUA

Geoff Freeman afirma que o país precisa emitir uma mensagem de boas-vindas aos turistas


PANROTAS / Victor Fernandes
Geoff Freeman, CEO da US Travel Association
Geoff Freeman, CEO da US Travel Association

O CEO da U.S. Travel Association, Geoff Freeman, afirmou que as viagens internacionais aos Estados Unidos — que já não haviam se recuperado totalmente da pandemia — estão piorando ainda mais. E que o país precisa de uma estratégia para reverter a queda no número de visitantes.

Em entrevista ao programa Squawk Box da CNBC, Freeman disse que o superávit comercial de US$ 50 bilhões no setor de viagens que os EUA desfrutavam há dez anos se transformou em um déficit de US$ 50 bilhões — uma reversão de US$ 100 bilhões que tende a se agravar. As informações são do site Travel Weekly.

Segundo um gráfico da U.S. Travel Association exibido durante a entrevista, as viagens terrestres do Canadá para os EUA em março caíram 26% em relação ao ano anterior, e os voos entre Canadá e EUA caíram 14%. Já as viagens da Europa Ocidental para os EUA caíram 17% em março — a primeira queda desde 2021 — e as viagens da América do Sul recuaram 10%.

O que não foi abordado na entrevista foram as possíveis causas dessa queda recente: as tarifas sobre o México e o Canadá, a retórica do ex-presidente Trump sobre tornar o Canadá o 51º estado dos EUA, o ex-primeiro-ministro canadense Justin Trudeau pedindo aos canadenses que evitassem gastar suas férias nos EUA, e a detenção de turistas europeus nas fronteiras com o Canadá e o México por supostas violações da fiscalização mais rígida.

Mensagem de boas-vindas é necessária, segundo Freeman

Pexels
Freeman destacou a enorme contribuição dos visitantes internacionais. Apenas em Nova York, segundo Geoff, eles representam 20% dos visitantes, mas mais da metade dos gastos com Turismo
Freeman destacou a enorme contribuição dos visitantes internacionais. Apenas em Nova York, segundo Geoff, eles representam 20% dos visitantes, mas mais da metade dos gastos com Turismo

Freeman disse que é urgente transmitir uma mensagem de boas-vindas. “Agora mesmo, o buraco que estamos cavando está ficando um pouco mais fundo”, afirmou Freeman.

“A pergunta é: o que estamos fazendo para mandar uma mensagem de que queremos que vocês venham para os Estados Unidos? E é isso que está faltando. Entendemos, obviamente, o que precisa ser feito na frente comercial. Entendemos o que precisa ser feito para proteger a fronteira. Como combinar isso com uma mensagem de que queremos vocês aqui? Porque certamente não podemos nos dar ao luxo de afastar esses visitantes"

Geoff Freeman, CEO do US Travel

Freeman destacou a enorme contribuição dos visitantes internacionais. Apenas em Nova York, segundo Geoff, eles representam 20% dos visitantes, mas mais da metade dos gastos com Turismo. Os cerca de US$ 200 bilhões que os viajantes internacionais gastam anualmente, ele afirmou, são “mais do que todas as nossas exportações agrícolas combinadas.”

“Quando esses viajantes vêm, eles não fazem nada além de vir, gastar seu dinheiro e voltar para casa — e dizer aos amigos e familiares para fazerem o mesmo”

Geoff Freeman, CEO do US Travel

Essa queda nas visitas internacionais está ocorrendo justamente quando o Turismo doméstico também desacelera, afirmou Freeman, com as triagens da TSA (agência de segurança nos transportes) caindo 2%. Além disso, a redução nas janelas de reservas indica hesitação em planejar viagens.

Freeman pediu uma estratégia nacional para reverter a queda, destacando oportunidades-chave para recuperar terreno durante a próxima década de grandes eventos internacionais. “O ponto é: ainda não é tarde demais”, afirmou o executivo.

“Olhando para frente, teremos a Copa do Mundo, o 250º aniversário dos Estados Unidos no próximo ano. Teremos as Olimpíadas em Los Angeles. E, talvez o mais importante, ao sair da pandemia, as pessoas querem viajar. Elas valorizam experiências mais do que bens materiais — mais do que antes da pandemia. Esse desejo está presente. A questão é: como destravar essa oportunidade?”

Geoff Freeman, CEO da US Travel Association

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