Karina Cedeño   |   03/12/2025 12:10
Atualizada em 03/12/2025 12:14

Visit Travel Show: Abreu, Azul Viagens, CVC e Frt debatem desafios e guerras tarifárias

Tema foi debatido no Visit Travel Show, evento que acontece nesta semana em Porto de Galinhas (PE)


PANROTAS / Karina Cedeño
Brenda Silveira, do Porto de Galinhas CVB, Rodrigo Galvão, da CVC, Giulliana Mesquita, da Azul Viagens, Danielle Meirelles, da FRT, e Felipe Cuadrado, da Abreu
Brenda Silveira, do Porto de Galinhas CVB, Rodrigo Galvão, da CVC, Giulliana Mesquita, da Azul Viagens, Danielle Meirelles, da FRT, e Felipe Cuadrado, da Abreu

PORTO DE GALINHAS (PE) - Durante o Visit Travel Show, que acontece nesta semana em Porto de Galinhas (PE), foi realizado um painel sobre o cenário do Turismo nacional com representantes de grandes operadoras como Abreu, Azul Viagens, CVC e Frt Operadora.

Entre diversos assuntos, o diretor de Produtos Nacionais da CVC, Rodrigo Galvão, destacou a questão da disparidade de preços e a responsabilidade dos hoteleiros diante disso.

"Eu acho que a gente tem que separar o joio do trigo. Uma coisa é o caso da companhia aérea, porque se ela voar com um assento vazio ou não, está dado aquele custo. É uma decisão prerrogativa dela queimar aquilo ou não. Agora, eu queria chamar a atenção dos nossos amigos hoteleiros sobre a questão do controle das tarifas que são utilizadas por cada canal. Porque muitas vezes as negociações que deveriam ser feitas na tarifa para reduzir o custo do pacote com aéreo são vendidas de forma individual em canais e o hoteleiro não toma atitude"

Rodrigo Galvão, diretor de Produtos Nacionais da CVC

Segundo ele, o controle da disparidade começa com o hoteleiro e essa desculpa de que não tem como controlar já ficou para trás. "Tem tecnologia e tem boa vontade, é só a gente punir e fechar os canais que não respeitam", comentou Galvão.

Ele defende que, se há um canal que está vendendo mais barato do que deveria, significa que ele não precisa da margem que está sendo dada. "Essa é a forma como o hoteleiro deveria estar olhando para aumentar a sua diária média. Não é só subir preço, é olhar para cada canal com economia e dar a condição do canal que ele precisa", complementou o diretor.

A head da Azul Viagens, Giulliana Mesquita, comenta que o principal concorrente para a operadora da Azul não são as outras operadoras e sim o corporativo dentro da empresa.

"Ao contrário do que o mercado enxerga sobre o papel de uma operadora tradicional, a Azul Viagens tem outro modelo de negócio. Ela serve para a companhia aérea e para diminuir o risco dessa companhia. E o nosso papel como operador dentro de uma companhia, na verdade, nem é concorrer com os próprios operadores. O nosso principal concorrente é o corporativo dentro da empresa", disse ela.

"Precisamos avançar em cima do percentual corporativo. E quando as viagens se comprometem com o número de assentos, temos um desafio, que é grande, quando a gente fala de dois milhões de assentos para o Nordeste, e existe um compromisso de volume. O nosso desafio é sempre chegar perto da tarifa corporativa. Para você ter uma ideia, hoje, a gente está só 5% abaixo da tarifa média geral da Azul. Então, é uma chance de mostrarmos para a Azul e para o mercado que o lazer também é rentável"

Head da Azul Viagens, Giulliana Mesquita

Ela ainda comenta que manter esses assentos e tomar esse risco faz parte de uma decisão que a uma Azul Viagens tomou para o próximo, de não consolidar esses assentos para uma única operadora e, sim, pulverizá-los para todos os operadores. "No final todo mundo ganha, principalmente o destino, o trade, porque você vai ter mais oferta de assento, a Azul Viagens vai conseguir brigar por mais produto de lazer e outros operadores vão poder contribuir".


Galvão, por sua vez, afirma que a CVC pode ser considerada a 'quarta companhia aérea do Brasil'. "Eu poderia dizer que somos a quarta companhia aérea do Brasil porque temos mais de meio milhão de assentos de risco sem ter nenhuma aeronave. E, obviamente, a gente dedica mais isso aos destinos que estão mais próximos da gente, que estão investindo".

O diretor de Produtos da Abreu, Felipe Cuadrado, lembrou que o custo de distribuição que as operadoras têm hoje é muito maior do que os de uma OTA. "Diante disso, quanto mais estivermos juntos, trabalhando para desenvolver o destinos, governo investindo em publicidade, mais conseguiremos mitigar os riscos de distribuição que temos".

Por fim, a CEO da Frt, Danielle Meirelles, ao ser questionada sobre como operadora mantém valor sem entrar na guerra tarifária, destaca: "Nós, como operadora, temos que ter consciência de que se cedemos em todas as estratégias comissionamento, markup e parcelamento, uma hora a conta não vai fechar e não trabalhamos com esse tipo de risco", comenta.

O Portal PANROTAS viaja a convite do Porto de Galinhas CVB.

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Sobre o autor

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero em 2011 e com mais de dez anos de experiência em reportagens no setor de Turismo.