Forma Turismo cancela embarques em 2020 e adia viagens para 2021

Em meio às crises de diferentes características vividas pelo Turismo nos últimos anos (hoje mínimas diante da pandemia), a Forma parecia inabalável a situações externas e batia recordes de vendas a cada temporada. Com um produto sólido e cobiçado por jovens formandos e pouca concorrência no modelo em que atua, a operadora, no entanto, não passa incólume pela crise atual. Afinal, quem consegue imaginar distanciamento social em viagens de adolescentes cheios de motivos para comemorar?

Este será o primeiro ano sem crescimento da empresa em 23 anos de existência. No entanto, o co-fundador e presidente da Forma Turismo, Renato Costa, está preparando o terreno para o futuro. Confiante no surgimento da vacina até dezembro deste ano, a empresa pisa no acelerador em prioridades como sua digitalização, mas por outro lado pisa no freio em sua internacionalização.
"Esperamos até onde pudemos. Nossa operação é muito grande, a logística é detalhada, são muitos jovens para transportar. Tudo precisa ser feito com três, quatro meses de antecedência pelo menos, e o final de julho era nosso deadline. Certamente tomamos a decisão correta", afirma Costa. "Muitos pais que cancelariam a viagem reverteram a medida quando passamos todos os embarques de 2020 para o ano que vem. A taxa de cancelamento está aquém do que prevíamos, também porque flexibilizamos as condições de pagamento em mais de 20 parcelas sem juros no boleto, ou entrada de 10% neste ano e o restante a partir de janeiro."

"Antes precisávamos ter lojas espalhadas em todas nossas áreas de atuação, mas agora as compras são feitas pelo app. A Forma Turismo não aceitará mais pagamento em cheque e dinheiro, apenas boleto e cartão de crédito pelo aplicativo. Com isso, algumas lojas físicas perdem a razão de ser, e fechamos pelo menos cinco unidades e reduzimos o tamanho de outras nesses meses de pandemia, principalmente nas cidades de interior", explica. Com o aplicativo, que segundo ele já responde por 70% das vendas efetuadas, a Forma não exerce o papel de operadora B2C, pois esse é um modelo de atuação que exige o intermédio de vendedores e agentes de viagens. Agora são cerca de 25 lojas físicas, e a tendência é diminuir.
FORMA TURISMO PRÉ-PANDEMIA
Com a venda on-line se consolidando, 2020 trazia altas expectativas para a Forma Turismo. "Com o app eliminamos as barreiras físicas e podemos chegar a todos os municípios do Brasil. Estávamos muito otimistas para 2020 tanto com as viagens de formatura quanto com o Forma Conhecer, que é o braço educacional da empresa e tinha condições de seguir crescendo em ritmo acelerado neste ano", pondera. "Além disso, estávamos empolgados com os resultados da nossa operação em mercados como Argentina, Paraguai e Chile, mas vamos pausar os negócios em outros países para focar em Brasil e retomar a internacionalização quando o panorama estiver mais favorável."
"Durante todos esses anos crescemos com operação própria. Essa solidez financeira é algo que nos enche de orgulho e mostra que são mais de 20 anos trilhando o caminho certo. Não fosse essa estrutura robusta, não poderíamos criar as condições que estamos dando aos clientes, e o resultado, com a flexibilização do pagamento, está sendo fantástico", afirma o empresário, que também reforça o bom relacionamento com parceiros como a Gol, responsável pelos charteres da Forma e resorts como Club Med, Costão do Santinho e Tauá. No Exterior, trabalha com Disney e Dubai.