Agentes de viagens revelam detalhes das negociações com a Juntos pelo Mundo, pré-falência
Mesmo diante de uma iminente falência, operadora pediu a agentes que continuassem vendendo seus pacotes

O caso da operadora Juntos Pelo Mundo, que declarou autofalência nessa segunda-feira (23), continua gerando novos desdobramentos. Fontes ouvidas pelo Portal PANROTAS alegam que, mesmo diante de uma iminente falência e sem conseguir honrar os pacotes, a operadora continuou vendendo e pediu aos agentes de viagens que mantivessem a comercialização das viagens, dizendo que somente assim conseguiria operá-las.
Na opinião de alguns entrevistados ouvidos pela nossa reportagem, é um processo não faz sentido e que configura um esquema de pirâmide. Prints do Instagram da operadora tirados no último dia 15 (quatro dias da mesma entrar com pedido de autofalência) revelavam que as vendas ainda continuavam ativas.

"Vocês continuam vendendo e a gente opera", disse proprietário em áudio
Em áudio de Whatsapp enviado a um dos agentes de viagens e compartilhado com a nossa reportagem, Caio César Magalhães, proprietário da Juntos, cria condições para o sucesso da operadora e dos próprios agentes. No entanto, os próprios agentes de viagens afirmam que nunca houve um acordo desse tipo com a operadora.
“A gente combinou uma coisa: vocês continuam vendendo e a gente opera. (...) Vocês não vendem, pararam de vender. De onde é que você acha que a gente vai tirar dinheiro? Vocês não querem mais vender, não sentem seguros e acham que a gente vai operar como os pacotes de vocês?”
Proprietário da Juntos Pelo Mundo
O Portal PANROTAS também teve acesso a um vídeo de uma reunião virtual realizada recentemente pela proprietária da Juntos, Debora Dalvanso, com mais de 30 agentes de viagens, na qual ela pede a eles que continuem vendendo os pacotes da operadora.
Por fim, foram divulgados trechos do pedido do processo de autofalência da operadora, no qual ela culpa os agentes de viagens pela falência, o que tem gerado revolta no setor de Turismo.



Tentamos contato com Caio César Magalhães para ouvir o que a operadora tem a dizer sobre o caso, mas não obtivemos resposta. Seguimos aguardando um posicionamento da empresa sobre o caso.