Azul Viagens projeta crescimento e define três vertentes estratégicas para 2026
São pilares que prometem ladrilhar o caminho da operadora no próximo ano, após a saída do Chapter 11

GRAMADO - É questão de tempo para a Azul S.A deixar o processo de Chapter 11 nos Estados Unidos, algo que deve acontecer até fevereiro de 2026. Com este otimismo e um crescimento estimado de 20% para 2025, a Azul Viagens já se prepara para 2026 com um plano estruturado e distribuído em três vertentes: fidelização de agentes de viagens, diversificação de portfólio e fortalecimento do suporte às agências.
É o que disse Giulliana Mesquita, head da Azul Viagens, em entrevista ao Portal PANROTAS neste Festuris 2025. De acordo com a executiva, estas três vertentes estratégicas vão “ladrilhar o caminho da operadora” no próximo ano, em um momento que promete ser ainda mais especial com o fim do processo de reestruturação.
“Tivemos um ano de 2025 super desafiador, tanto para a Azul quanto para a Azul Viagens. Mas terminamos muito satisfeitos, porque crescemos cerca de 20% mesmo diante de todas as instabilidades do segmento. Isso mostra a força do nosso time e a maturidade da empresa”
Giulliana Mesquita, head da Azul Viagens
Giulliana reforça que, após a saída da Azul do processo de Chapter 11, a operadora ganha ainda mais relevância dentro do grupo, ajudando tanto na rentabilização do assento aéreo quanto na abertura de novos destinos. “A Azul entendeu que a Azul Viagens é uma unidade de negócio essencial. Além de ajudar a construir novos mercados, também rentabiliza o assento. Estamos revisitando toda a nossa rede de lojas, tanto a proposta de valor, como o ritmo de expansão. Esse é um ponto importante da estratégia para 2026”, complementou a executiva.
As três vertentes para 2026:
1. Fidelização dos agentes de viagens
A primeira vertente da estratégia da Azul Viagens para 2026 é o fortalecimento do relacionamento com os agentes de viagens, um dos pilares da atuação da empresa. Segundo Giulliana, o foco deixará de ser apenas a disputa por vendas pontuais, passando a ser a construção de fidelidade e valor junto aos parceiros.
“Queremos parar de brigar pela venda e começar a brigar pela fidelidade do agente. A ideia é trazer uma proposta de valor real para que ele veja a Azul Viagens como uma parceira estratégica”
Giulliana Mesquita, head da Azul Viagens
2. Diversificação e expansão internacional
A segunda vertente está na diversificação de portfólio, tanto dentro do Brasil quanto no Exterior. A Azul Viagens pretende equilibrar o peso de sua operação, hoje mais concentrada no Nordeste, ampliando a presença em outros destinos nacionais e reforçando o braço internacional.
“É algo que será ainda mais latente em 2026. Temos muita oportunidade de trabalhar novos destinos nacionais e de estruturar um internacional muito mais forte. Temos a expertise para isso"
Giulliana Mesquita, head da Azul Viagens
Esse movimento, segundo Giulliana, já vem sendo construído por meio de novas parcerias com companhias aéreas internacionais e da ampliação de negociações diretas com fornecedores globais. “Sempre trabalhamos com poucos e bons parceiros, e isso continua. A ideia é manter um portfólio de qualidade, ampliando a negociação direta, mas também usando brokers e consolidadoras quando necessário”, complementa.
3. Fortalecimento do pós-venda e atendimento
A terceira vertente é o reforço no suporte às agências de viagens, tanto na parte sistêmica quanto no atendimento. A head conta que a Azul Viagens já está conduzindo projetos-piloto com agências de viagens parceiras para entender como aprimorar esse processo.
“Estamos começando um trabalho focado em suporte pós-venda, envolvendo tanto tecnologia quanto atendimento. Sabemos que é uma área em que há espaço para evoluir e já estamos testando novos formatos para capilarizar melhor esse suporte”
Giulliana Mesquita, head da Azul Viagens
Estruturação e novos modelos de contratação

De acordo com Fernanda Paranhos, gerente sênior de Produtos, a Azul Viagens também está se reorganizando internamente para entrar nesta nova fase. Um dos movimentos será a clusterização dos parceiros e destinos, garantindo entregas mais personalizadas e alinhadas ao peso estratégico de cada um.
“Vamos trabalhar uma espécie de clusterização para atuar com os parceiros da forma e com o peso que eles merecem. Já criamos times dedicados para redes estratégicas e grandes resorts, o que vai garantir uma entrega mais eficiente”
Fernanda Paranhos, gerente sênior de Produtos
A executiva acrescenta ainda que o foco em expansão internacional será ampliado. “A parceria com novas companhias aéreas nos dá literalmente o mundo como opção. Não estamos mais limitados apenas aos destinos da Azul, e também vamos expandir nossa contratação para o mercado internacional”, afirma.
A PANROTAS viaja a convite do Festuris.