Rodrigo Vieira   |   09/12/2021 19:13   |   Atualizada em 09/12/2021 19:15

8 tendências do Turismo pós-vacinação

Evento LatAm Talk, promovido pela Phocuswright, aponta alguns caminhos para o setor


Mike Scheid/Unsplash
Viagens multigeracionais são tendências principalmente na América Latina
Viagens multigeracionais são tendências principalmente na América Latina
A pandemia mudou os hábitos de viagens do consumidor. Desde a maneira de fazer reserva até a procura por destinos e hospedagens foram impactados pelo isolamento social, fechamento de fronteiras e questões sanitárias. A boa notícia é que a retomada está mais próxima do que nunca esteve, a vacinação avançou, o pior ficou para trás e conviver com vírus em circulação não é mais motivo de pânico no Brasil e no mundo.

Promovido pela Phocuswright, o evento LatAm/Talk abordou algumas das realidades e tendências pela qual o Turismo passa na América Latina e no mundo. "Mesmo durante a pandemia, os consumidores saíram de casa para ver amigos e familiares. Países como Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido ficaram próximos do 50% do nível pré-pandemia em viagem", aponta a vice-presidente sênior da Phocuswright, Charuta Fadnis.

VEJA TENDÊNCIAS GLOBAIS DE VIAGENS PARA 2022

1. MUDANÇA NA ESCOLHA DE DESTINOS
Destinos lotados e aglomerados, palcos de overtourism no passado, estão sendo evitados de maneira geral pelos consumidores de viagens. Em vez disso, está havendo uma preferência por locais a céu aberto, contato com a natureza, destinos que seja, favoráveis a reconexão interior.

Cidades litorâneas ganham ainda mais relevância neste contexto. A procura por praia/oceano lidera nas tendências apontadas pela Phocuswright.


2. FLEXIBILIDADE É MAIS IMPORTANTE DO QUE NUNCA

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Companhias aéreas, hotéis, operadoras e agências têm de se preocupar cada vez mais em oferecer flexibilidade de compra para os clientes. O consumidor dará preferência a compras que não tenham o estresse de perder dinheiro com devido ao fechamento de fronteiras ou de uma nova variante que o obrigue a cancelar a viagem.

Cancelamento flexível, remarcação e reembolsos estão muito mais importantes hoje do que no pré-pandemia. "Os fornecedores criaram expectativa nos consumidores em relação a isso. Muitos estão dispostos a pagar mais para assegurar que poderão mudar a data de suas viagens. Não todos, mas muitos", aponta Charuta.

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3. NÔMADES DIGITAIS
Nômades digitais, que podem estar em qualquer lugar, trabalhando, curtindo, morando, continuam cada vez mais impactantes na indústria. "A pandemia ampliou o perfil dos nômades digitais, que agora têm faixa etária mais ampla e trabalham em tempo integral, têm alto nível educacional, ganham bem, podem ser sêniores, casados e com filhos os acompanhando", afirma a executiva.

4. MENOS INTERAÇÃO FÍSICA
Quanto mais ferramentas sem toque físico as empresas e fornecedores apresentarem a seus clientes, melhor. Pagamento, abertura de quarto, autenticação, assinatura... O viajante se acostumou a ter uma experiência mais digital e sem toques, e continuará demandando isso.

"No entanto, a linha é tênue entre higiene e biossegurança e perda de privacidade. Máscaras, distanciamento, álcool gel e outros protocolos são bem-vindos, mas governos e empresas precisam tomar cuidado, pois há algumas resistências a formulários médicos e aplicativos que requerem informações sensíveis", pondera Charuta.

"Passaportes sanitários digitais são estratégicos para a retomada das viagens e das recreações na Europa. Ainda assim, metade dos viajantes acredita que requerimentos desta natureza são invasivos."

5. SUSTENTABILIDADE
Pensar no impacto ambiental é essencial para as empresas conquistarem os clientes. Medidas que se comprovem realmente efetivas para a proteção do meio ambiente e de um positivo impacto na comunidade são cada vez mais requeridas pelos viajantes.

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"Os consumidores estão considerando amplamente o meio ambiente e as práticas governamentais e empresariais antes de escolher o que comprar. Com viagens não é diferente", afirma a especialista.

A busca por modais menos poluentes, hotéis eco-friendly e ingredientes locais são fatores importantes na decisão de compra.

6. VIAGENS MULTIGERACIONAIS
Na América Latina, esta é uma tendência ainda mais relevante em comparação com o resto do mundo. O latino é culturalmente apegado às pessoas amadas e tem o hábito de estar com elas para construir experiências memoráveis de férias. "De avôs a netos, as famílias querem se manter juntas e curtir cada momento", ilustra Carol Sass de Haro, da Phocuswright e da Mapie.

7. VIAGENS MULTIPROPOSITAIS
Empresas, hotéis e destinos têm de se adaptar e serem mais flexíveis para alcançar um cliente que viaja a trabalho, a lazer, para se aventurar, sair à noite e curtir a família, tudo em uma só viagem.

Os roteiros são cada vez mais cheios de propósitos e a linha entre corporativo e lazer se torna ainda mais tênue. "Os viajantes corporativos notaram que podem melhorar sua produtividade trabalhando de fora, inclusive fazendo reuniões na piscina", aponta a brasileira.

8. MULTICANALIDADE
Quase 100% dos viajantes fazem pelo menos uma ação on-line em suas viagens, seja com reservas, pesquisas, seja um post nas redes sociais ou a procura pelo mapa. As empresas precisam se comunicar em todos os canais de maneira fluida.

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