Doméstico dá ao Brasil 12º lugar entre maiores economias turísticas do mundo; veja ranking
Estudo do WTTC mostra a contribuição do Turismo para o PIB de países ao redor do mundo

Em 2024, segundo dados do WTTC, a demanda por Viagens e Turismo foi mais forte do que nunca. A contribuição do setor para o PIB cresceu 8,5%, atingindo US$ 10,9 trilhões, superando os níveis de 2019 em 6%.
Foram criados 20,7 milhões de novos empregos, elevando o total para 357 milhões em todo o mundo. Viajantes internacionais gastaram 11,6% a mais do que no ano anterior, embora ainda 1,3% abaixo do pico de gastos pré-pandemia. Todas as regiões viram um retorno aos níveis pré-pandemia da atividade turística. Mas o ritmo de crescimento variou.
O Caribe, onde as viagens representam a maior parcela da economia, experimentou o crescimento mais rápido entre 2019 e 2024, com um aumento de 28,3% em relação ao seu pico anterior. O Oriente Médio continuou a consolidar sua recuperação, com o PIB do turismo crescendo 16,1% desde 2019. A região da Ásia-Pacífico foi a que se recuperou mais lentamente, em grande parte devido ao crescimento mais fraco do que o previsto na China.
Até o final do ano, o WTTC estima que Viagens e Turismo gerarão 14,4 milhões de novos empregos, enquanto a contribuição do setor para a economia global terá crescido aproximadamente 6,7%.
Os gastos de visitantes internacionais deverão aumentar 10% em comparação com 2024, superando o pico anterior de 2019 em 8,6%.
“No entanto, existem desafios. O mundo está em um momento incerto da história, marcado por crescentes tensões geopolíticas e crescentes atritos comerciais. Se esses ventos contrários persistirem, poderão interromper as cadeias de suprimentos do turismo e suprimir a demanda turística”, disse o WTTC na introdução a seu estudo com dados econômicos do Turismo em todo o mundo.

Highlights do estudo
- Os Estados Unidos lideram individualmente como país com maior receita advinda de Viagens e Turismo (US$ 2,6 trilhões, US$ 700 bilhões a mais que o segundo colocado, a China), mas a Europa continua sendo, segundo análise do WTTC, “o coração do Turismo internacional”, com 5 dos 10 mercados de Viagens e Turismo mais poderosos do mundo em termos de PIB.
- A posição da Itália como nação do G7 e como anfitriã do Global Summir deste ano reforça ainda mais seu papel de liderança, com base na realização da primeira Reunião de Ministros do Turismo do G7 no ano passado.
- De acordo com os dados mais recentes, o setor de Viagens e Turismo da Itália atingiu US$ 248,3 bilhões no ano passado, impulsionado por fortes gastos de visitantes internacionais e um setor de reuniões e eventos em expansão.
- A Alemanha, o terceiro mercado de Viagens e Turismo mais poderoso do mundo, contribuiu com US$ 525 bilhões para o seu PIB em 2024.
- Apesar da perda de £ 2,2 bilhões em gastos de visitantes internacionais no ano passado, o Reino Unido adicionou US$ 367 bilhões à sua economia, mantendo sua posição como um dos mercados mais fortes e dinâmicos do mundo.
- A França, o destino mais visitado do mundo, gerou mais de US$ 289 bilhões com Viagens e Turismo em 2024, enquanto a Espanha, o segundo país mais visitado do mundo, adicionou US$ 270 bilhões.
- Este crescimento generalizado demonstra a capacidade da Europa de combinar tradição com inovação, manter a competitividade global e liderar o desenvolvimento do turismo sustentável.
A CEO interina do WTTC, Gloria Guevara, afirmou: “Esses resultados contam uma história de força e oportunidade. Os EUA continuam sendo o maior mercado de Viagens e Turismo do mundo, a China está se recuperando, a Europa está avançando com força e destinos no Oriente Médio, Ásia e África estão apresentando crescimento recorde. Este ano, prevemos que nosso setor contribuirá com um valor histórico de US$ 2,1 trilhões em 2025, superando o recorde anterior de US$ 1,9 trilhão em 2019 em US$ 164 bilhões.”
Brasil fica no Top 12

O relatório também revela que os EUA continuam sendo o mercado de Viagens e Turismo mais poderoso do mundo, contribuindo com US$ 2,6 trilhões para o PIB em 2024, com seu mercado interno permanecendo o mais forte do mundo, sustentando milhões de empregos e sustentando a resiliência do setor.
No entanto, o WTTC prevê que os gastos de visitantes internacionais nos EUA cairão US$ 12,5 bilhões em 2025, deixando o crescimento em apenas +0,7%. O WTTC alertou que, sem a promoção do destino, políticas favoráveis aos viajantes e custos de visto reduzidos, o país poderá perder sua vantagem competitiva. Recentemente o Congresso dos EUA aprovou a redução do orçamento da Brand USA de US$ 100 milhões para US$ 20 milhões ao ano. E uma taxa extra de US$ 250 está adiada, mas ainda pode entrar em vigor para quem quer pedir o visto americano.
A China, o segundo maior mercado de Viagens e Turismo do mundo, contribuiu com US$ 1,64 trilhão para sua economia em 2024 e a previsão é de um crescimento de 22,7% em 2025, adicionando US$ 260 bilhões à sua economia, destacando o rápido retorno da China à proeminência internacional e seu papel fundamental na formação dos fluxos globais de viagens.
O Japão, a quinta maior economia de Viagens e Turismo do mundo, com uma Com uma contribuição de US$ 310,5 bilhões em 2024, a previsão é de que o PIB do país seja adicionado em mais US$ 13,8 bilhões este ano, chegando a quase US$ 325 bilhões.
O setor de Viagens e Turismo está crescendo mais rapidamente do que o setor de bens de consumo, demonstrando como as pessoas valorizam cada vez mais as experiências em detrimento dos bens materiais. O que deve gerar, no entanto, um gap entre as vagas necessárias para essa indústria e os profissionais disponíveis, de acordo com o estudo lançado pelo WTTC sobre o Futuro do Emprego em Viagens e Turismo.
Maiores economias do Turismo, segundo o WTTC (Projeção para 2025)
- Estados Unidos: US$ 2,6 trilhões
- China: US$ 1,9 trilhão
- Alemanha: US$ 542 bilhões
- Reino Unido: US$ 383 bilhões
- Japão: U$ 324 bilhões
- França: US$ 298 bilhões
- Espanha: US$ 283 bilhões
- México: US$ 281 bilhões
- Índia: US$ 269 bilhões
- Itália: US$ 258 bilhões
- Austrália: US$ 208 bilhões
- BRASIL: US$ 168 bilhões
- Turquia: US$ 160 bilhões
- Canadá: US$ 133 bilhões
- Holanda: US$ 130 bilhões
- Arábia Saudita: US$ 119 bilhões
- Filipinas: US$ 103 bilhões
- Rússia: US$ 95 bilhões
- Indonésia: US$ 80 bilhões
- Tailândia: US$ 79,7 bilhões
Em 2024, o ranking ficou assim:
- Estados Unidos: US$ 2,6 trilhões
- China: US$ 1,6 trilhão
- Alemanha: US$ 525 bilhões
- Reino Unido: US$ 367 bilhões
- Japão: US$ 310 bilhões
- França: US$ 289 bilhões
- México: US$ 274,4 bilhões
- Espanha: US$ 270 bilhões
- Índia: US$ 249 bilhões
- Itália: US$ 248 bilhões
- Austrália: US$ 196 bilhões
- BRASIL: US$ US$ 167 bilhões
- Turquia: US$ 153 bilhões
- Canadá: US$ 123 bilhões
- Holanda: US$ 121 bilhões
- Arábia Saudita: US$ 107 bilhões
- Filipinas: US$ 92 bilhões
- Rússia: US$ 87 bilhões
- Coreia do Sul: US$ 73 bilhões
- Indonésia: US$ 72 bilhões
Do total americano previsto para este ano, US$ 1,5 trilhão devem vir das viagens domésticas. No caso do Brasil, US$ 113 bilhões.
Quando contabilizamos apenas os gastos de turistas estrangeiros em 2024, os Estados Unidos lideram com US$ 181 bilhões, o que deve cair para US$ US$ 168,7 bilhões em 2025. A China vem em segundo lugar, com US$ 144 bilhões este ano e a Espanha em terceiro, com US$ 123 bilhões. Fecham o Top 10 em gastos de visitantes estrangeiros previstos para 2025: França, Turquia, Itália, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Alemanha e Reino Unido. O Brasil não aparece no Top 20 internacional.

Impulso no Oriente Médio
O Oriente Médio continua sendo uma das regiões com crescimento mais rápido do mundo em Viagens e Turismo, com a Arábia Saudita continuando a se destacar como uma potência global, com os gastos de visitantes em alta e os investimentos em infraestrutura atingindo níveis recordes. A meta do país é chegar a 50 milhões de visitantes estrangeiros em 2030, o que a colocaria no Top 10 mundial de países que mais recebem visitantes. Depois de investimentos bilionários, a Arábia Saudita já recebe 30 milhões de visitantes por ano.
Em toda a região, o capital está fluindo para aeroportos, terminais de cruzeiros e projetos de hospitalidade de ponta, sinalizando confiança de longo prazo em sua ambição de se tornar um polo turístico global.
Explosão de Empregos em Todo o Mundo
De acordo com o relatório, o setor de Viagens e Turismo gerou 357 milhões de empregos em 2024 e deve aumentar para 371 milhões em 2025, juntamente com um aumento na participação do setor no emprego global.
Até 2035, um em cada oito empregos em todo o mundo será sustentado por Viagens e Turismo, com 91 milhões de novos empregos adicionais, a maioria na região da Ásia-Pacífico, resultando em um em cada três novos empregos globalmente sustentados pelo setor.
Confiança de Longo Prazo
A confiança em Viagens e Turismo permanece inabalável. O investimento global no setor ultrapassou US$ 1 trilhão em 2024, um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior, e a previsão é de que continue subindo em 2025.
Os EUA, a China, a Arábia Saudita e a França, juntos, foram responsáveis por mais de meio trilhão de dólares desse investimento.
A Itália atraiu € 11,4 bilhões em 2024, reforçando sua posição como um dos destinos mais atraentes da Europa para o desenvolvimento turístico sustentável e inovador.
Confira os dados econômicos do Turismo brasileiro, segundo o WTTC:

- Contribuição para o PIB: US$ 167,6 bilhões, previsão para 2025, o que significa 7,7% do PIB, menos que a média mundial de 10,3%
- Previsão para 2035: US$ 199 bilhões, ou 7,6% do PIB
- Empregos no Turismo: 8,2 milhões ou 7,9% do total do País – menor que os 10,9% da previsão mundial para 2025
- Gastos de visitantes estrangeiros: R$ 40,3 bilhões (ou US$ 7,5 bilhões), 20% mais que 2019, na previsão para 2025
- Gastos de viajantes domésticos: R$ 610 bilhões (ou US$ 113,2 bilhões), aumento de 13,9% sobre 2019
- Maiores emissores de turistas para o Brasil em 2024: Argentina (29%), Estados Unidos (11%), Chile (10%), Paraguai (7%) e Uruguai (6%)
- Países mais visitados por brasileiros em 2024: Estados Unidos (17%), Argentina (14%), Portugal (10%), Chile (7%) e França (6%)
- Contratação de mulheres (2023): 46,1%
- Contratação de jovens entre 15 e 24 anos (2023): 15,4%
- Índice de altos salários (2023): 31,7%

A participação do Brasil no Global Summit do WTTC em Roma inclui a presença do CEO da CVC Corp, Fabio Godinho, a gerente da Embratur, Carol Stolf, a pesquisadora da USP, Mariana Aldrigui, e o CEO da Amadeus, Decius Valmorbida, que fica baseado em Madri.
A PANROTAS viaja a convite do WTTC, com proteção GTA