Artur Luiz Andrade   |   26/11/2019 12:15
Atualizada em 26/11/2019 13:54

Redes sociais ainda são inspiracionais apenas, segundo pesquisa

Phocuswright divulga as tendências em tecnologia em Viagens e Turismo. A força do Google nas pesquisas e das redes sociais em inspiração estão entre os desafios


Artur Luiz Andrade

Apresentada por Mark Blutstein, da Phocuswright, durante a conferência anual promovida pelo grupo de pesquisas e estudos, em Fort Lauderdale, na Flórida, a pesquisa sobre Tendências em Tecnologia de Viagens mostrou um panorama dos hábitos on-line e viagens nos Estados Unidos, Ásia e na Europa, chegando a conclusões mais ou menos conhecidas, como a força do mobile e o lado inspiracional das redes sociais, além da dependência do Google nas buscas. A única empresa, segundo ele, que não depende do Google para que consumidores cheguem até ela chama-se Amazon, uma força em si só.

Segundo a pesquisa, a penetração on-line mundial do segmento de Viagens e Turismo está em 46%. E a relação on-line com pesquisa, reservas e compras de viagens é mobile, isso já é norma e não mais tendência. Segundo dados apresentados por Blutstein, Indonésia e China têm índices de mais de 80% de compra e/ou reservas via smartphones, com Estados Unidos já nos 80%, e França, Reino Unido, Japão e Alemanha com índices entre 60% e 75%. Os viajantes mais jovens levaram a esse domínio do mobile em viagens e nos Estados Unidos 31% dos viajantes com esse engajamento on-line no processo de planejamento de viagens têm entre 18 e 34 anos, índice que quase chega a 60% na Ásia.

O planejamento de viagens, claro, começa pelo Google. Nos Estados Unidos, dar um Google para buscar uma viagem é o primeiro passo para 25%dos viajantes, mais que ouvir amigos e familiares (14%), ver a reviews do TripAdvisor (13%), pesquisar em sites de hotéis e companhias aéreas (12%), olhar sites de destinos (8%), entrar em OTAs (6%), sites de metabusca (3%), redes sociais (2%) e Airbnb (2%).


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GOOGLE NÃO VENDE

Porém, o Google, segundo a pesquisa, continua sendo um “local para informação, mas não para comprar”. O que aumenta a expectativa sobre a estratégia da Google para sua próxima era no mundo digital e para produtos como o Google Flights e o Google Hotels. Com outros players também ampliando suas estratégias (Booking vendendo aéreo, Rappi vendendo viagens, Amazon entrando em viagens, entre outros), pode não ser tão fácil transformar pesquisa em vendas.

A pesquisa da Phocuswright mostra que nos Estados Unidos, enquanto a pesquisa por viagens aéreas no Google passa dos 40%, as vendas no Google Flights não chegam a 20%. Na Europa, as vendas ficam em torno de 10%. Em hotelaria o mesmo comportamento, sendo que as buscas passam de 50%.
E já que os consumidores chegam à Amazon sem precisar do Google, qual a possibilidade de darem uma chance e comprarem viagens na Amazon, em vez de seus locais preferidos para fazer as reservas? Para os franceses, há uma inclinação de 43% dos pesquisados em dar essa chance à Amazon em viagens. Nos Estados Unidos, 42%, no Reino Unido 35% e na Alemanha 31%.

SOCIAL MEDIA É INSPIRAÇÃO

A pesquisa também mostrou dados sobre como as redes sociais são fortes no estágio de inspiração para todo o processo de viagens, mas não na parte de comercialização das mesmas. A decisão da viagem é influenciada pelas redes sociais, com índices de cerca de 90% na China e Indonésia, e cerca de 40% nos países ocidentais pesquisados.

Nos Estados Unidos, apenas 15% dos pesquisados usam as redes sociais para escolher um destino de viagens, enquanto na China esse índice é de 44%. Você compraria viagens nas redes sociais?, perguntou a pesquisa: 1 em 3 americanos respondeu que sim, compraria viagens nas redes sociais, mesmo índice dos japoneses. Na França, 2 em 5 franceses disseram sim.

NOS HOTÉIS
E tudo bem em ter uma assistente de voz no quarto do hotel? Os chineses (66%) aprovaram, índice que é o dobro dos americanos 32%) e mais de três vezes o dos alemães (20%).

“Mais acontecerá nos próximos cinco anos que o que ocorreu nos últimos 20”, garante o analista sênior de Tecnologia da Phocuswright, Norm Rose. “É muito entusiasmante vermos o que ainda podemos conseguir em nossa indústria”, apontou o presidente e CEO da Booking, Glenn Fogel.

No Brasil, a Phocuswright é representada pela Mapie, de Tricia Neves e Carolina Sass de Haro. E-mail: carolina@mapie.com.br.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.