Rodrigo Vieira   |   04/09/2017 11:02

Ex-Submarino chefia OTA que vem para ser top 3 no Brasil

Argentina Almundo chega ao País e mira R$ 200 milhões em faturamento em 2018


Divulgação/Almundo
Luciano Barreto:
Luciano Barreto: "Nosso inventário de hotéis supera Booking e Expedia juntas"
Está vindo da Argentina ao Brasil um player que, pelo ousado plano de metas inicial, pode chegar incomodando até os mais gigantes da indústria. No entanto, não é por ser novidade em nosso mercado que a OTA Almundo carece de expertise. Ela será comandada pelo presidente regional Luciano Barreto, um dos fundadores da B2W Viagens, a Submarino, empresa que comandou durante uma década, antes dela despertar o interesse do Grupo CVC. Embora os trabalhos já estejam sendo realizados, a Almundo iniciará efetivamente em 2018, ano em que já pretende fechar com R$ 200 milhões em faturamento, para saltar aos R$ 500 milhões em 2019.

Grande parte da equipe de aproximadamente 35 pessoas trabalhou com Barreto no Turismo, e ele conta com esse entrosamento e com o conhecimento da Almundo no mercado latino-americano para crescer e figurar no top três do Brasil. As outras apostas para a OTA já começar grande no País são alto investimento em marketing e tecnologia, personalização da experiência do cliente visando à fidelização, condições de pagamentos diferenciadas, serviço de call center próprio e um grande inventário de produtos, principalmente hoteleiro.

"Trabalhamos com mais de 15 brokers, além da negociação direta com os hotéis, o que faz nosso portfólio ser superior à soma de Expedia e Booking. Também negociamos direto com as aéreas, locadoras, estamos atentos ao mercado de hospedagem privadas", afirma Luciano Barreto. "Ademais, somos parceiros oficiais Disney na região, o que nos permite a venda de produtos diferenciados. Queremos que o cliente entre na plataforma e tenha a melhor experiência, com a combinação de relevância e diversidade. Nosso algoritmo de personalização vai dar conta de entregá-lo", confia o presidente para Brasil da Almundo.

Reprodução
Portal Almundo na Argentina. No Brasil plataforma estará aberta apenas em 2018
Portal Almundo na Argentina. No Brasil plataforma estará aberta apenas em 2018
TRAJETÓRIA
A empresa começou há mais de 20 anos na Argentina, ainda como Asatej, e hoje é consolidada como um dos três maiores players do país. Lá, porém, tem cerca de 60 lojas físicas, diferentemente do modelo 100% on-line em que atuará em nosso mercado. Em 2011, o Grupo Iberostar a adquiriu como oportunidade de voltar ao mercado de agência de viagens para, em 2015, a Almundo se consolidar e como marca. "Moderna, inovadora, amparada com alta tecnologia e com objetivo de ser relevante na região. Essa é a Almundo, que ganhou muito com o respaldo dos espanhóis da Iberostar", classifica Barreto. Em 2015, Almundo se tornou a segunda maior da indústria argentina e abriu operações no México e na Colômbia. O grande sonho da companhia era entrar no Brasil, maior mercado da região, mas estava buscando o momento certo.

EQUIPE
"Chegou agora. Quando a CVC adquiriu a B2W, a economia e a política se encontravam instáveis no Brasil. Em agosto de 2016 me juntei ao top management e montei a equipe", explica Barreto, que conta com o gerente de Produtos e BI André Ormonde, com o gerente de Marketing Eduardo Pocai, com a gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios Fernanda Ferreira e o gerente de Tecnologia Leonardo Gomes. Todos atuam em São Paulo, base da Almundo.

Essa experiência no segmento é o que faz a agência on-line confiar que já começará a concorrer com players de peso como Decolar.com, Viajanet e outras OTAs, como a própria Submarino. "Diferentemente de outros iniciantes, não precisaremos passar pela curva de aprendizado do mercado brasileiro. Entraremos em uma posição muito privilegiada, pois já conhecemos as coisas por aqui."

POSIÇÃO
A Almundo tem um faturamento de aproximadamente US$ 500 milhões. Tem bases em três países, mas atua em 18 na América Latina, o que gera mais de três milhões de acessos mensais à sua plataforma de vendas. Até o fim de 2017, o atual quadro de 35 colaboradores no Brasil deve chegar a 90, e previsão é somar quase 400 em dois anos. No mundo, tem mais de mil colaboradores, a maioria deles voltada para Tecnologia. "Temos visão de ser um player global, com crescimento exponencial, sendo menos refém da limitações dos recursos internos e de olho nos grandes movimentos que vêm de fora. Isto é algo que não vemos sendo muito explorado no mercado brasileiro e que pode ser o caminho para sermos líder em tecnologia, inovação e serviços."

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