Artur Luiz Andrade   |   27/04/2018 09:00

Latam quer retomar share perdido entre viajantes corporativos

Companhia se diz madura após a fusão e uma série de mudanças internas


Emerson Souza
Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil
Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil
Depois da fusão (entre Lan e Tam), reestruturação da nova companhia, mudança de marca e de plataforma tecnológica de Amadeus para Sabre (igualando Latam Brasil com Latam Chile) e de muito trabalho interno, a Latam Brasil vê que este é o momento de buscar o share perdido entre os viajantes corporativos, que não viam tantas melhorias tecnológicas e reclamavam da pontualidade, por exemplo. Fora a confusão conceitual de ver duas empresas (ou mais) em uma.

Isso mudou, garante o presidente da Latam, Jerome Cadier, em entrevista à PANROTAS. A pontualidade está no topo da indústria, a mudança de plataforma tecnológica (prevista para 11 de maio em sua última fase) significará também a volta dos investimentos em ferramentas mobile e de aeroporto, há mais voos internacionais na malha da companhia e muitas outras novidades virão. O foco da empresa é o mercado corporativo, inclusive com mais investimento na relação com as TMCs e gestores de viagens.

Confira abaixo as novidades da Latam Brasil para o viajante corporativo:
- aumento da oferta doméstica em até 4%, com Guarulhos (17%) e Brasília (7%) crescendo acima da média e sendo oficializados como principais hubs da aérea no Brasil
- instalação de wi-fi a bordo (começando com quatro aeronaves em maio e chegando a até 40 no final do ano)
- mudança das cabines dos 777, a partir de outubro, com a executiva na configuração 1-2-1, incluindo poltronas no meio que podem se conectar (assentos honeymoon) ou que ficam independentes umas das outras (para estranhos que viajam lado a lado)
- melhorias no mobile e na experiência de aeroporto, check-in e outros serviços on-line, devido à volta dos investimentos, com a integração das plataformas tecnológicas (prevista para 11 de maio)
- índices de pontualidade compatíveis com a indústria, algo muito valorizado pelos viajantes corporativos
- mais investimentos para o corporativo, incluindo ações para a relação com TMCs e gestores de viagens
- início, provavelmente no segundo semestre de 2019, do joint venture agreement com American Airlines, Iberia e British Airways, o que significará uma otimização das malhas e conexões, oferecendo horários melhores e mais opções de voos para os clientes
- e os novos voos internacionais anunciados, especialmente Tel Aviv, Boston, Roma (já iniciado) e Lisboa.

O presidente da Latam Brasil afirma também que aos poucos os passageiros do Brasil assimilam as mudanças da aviação brasileira referentes a cobrança de bagagem e demais ancillaries, o que favorece o mercado corporativo ao deixar transparentes as tarifas e seus benefícios. De acordo com ele, hoje a receita de ancillaries na Latam já chega a US$ 5 por passageiro (em um mercado de margens de cerca de US$ 6 por pax), valor ainda distante de alguns players internacionais, especialmente as low cost, que chegam a US$ 15 a US$ 20 de receita de ancillaries por viajante. “O sistema no Brasil ficou mais justo, mais competitivo e garantindo a liberdade tarifária, outro pilar fundamental”, finaliza.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.