Victor Fernandes   |   15/10/2021 12:58
Atualizada em 15/10/2021 13:12

Latam divulga estimativas de recuperação do internacional e dos eventos

No Latam Experience, o CEO da companhia aérea e o economista Ricardo Amorim discutiram fatores da economia

Reprodução/Latam Experience
O economista Ricardo Amorim e o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, em painel do Latam Experience
O economista Ricardo Amorim e o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, em painel do Latam Experience
Hoje (15), no segundo e último dia do Latam Experience, o CEO da companhia aérea, Jerome Cadier, e o economista Ricardo Amorim discutiram fatores da economia brasileira que podem vir a impactar no setor aéreo e na retomada do Turismo como um todo. De um modo geral, Amorim afirmou que os setores de Eventos e Turismo serão aqueles que sentirão recuperação da atividade econômica mais forte, tanto por terem sido os mais afetados, quanto por uma sensação de "eu mereço".

"Eventos e Turismo são os setores que mais sentiram o impacto da pandemia, e também são os setores que vão sentir recuperarão mais forte na retomada. As pessoas estão desesperadas para voltar a viajar. Após esse período em casa, limitado, existe uma sensação de "eu mereço" presente. Eu mereço voltar a viajar, eu mereço ir a um show, eu mereço comprar alguma coisa para mim. Esse contexto criou oportunidades que não vão se manter para sempre. Precisa ser aproveitado", explicou o economista mais influente do Brasil de acordo com a Forbes.

NACIONAL X INTERNACIONAL

Abordando essa retomada das viagens, Cadier afirmou que os mercados doméstico e internacional enfrentam atualmente perfis de recuperação totalmente diferentes. Enquanto a Latam já atingirá sua capacidade doméstica pré-pandemia em janeiro de 2022, a mesma conquista no internacional só deve ocorrer daqui a dois anos, de acordo com o CEO da aérea. "Ainda há muitas incertezas sobre viagens internacionais e preocupações ao cruzar uma fronteira, como os requisitos de viagens", explicou.

TECNOLOGIA X CORPORATIVO

Entre os impactos causados pela pandemia, Cadier citou a aceleração da utilização das ferramentas digitais e sua relação com as viagens corporativas. Com a necessidade da comunicação virtual, das reuniões por Zoom e Google Meet, a locomoção para realizar negócios diminuiu. No entanto, Cadier acredita que a tecnologia não substituirá os encontros presenciais a longo prazo. "O ser humano precisa se ver, se relacionar. A tela substitui isso, mas não em seu todo. Negócios são fechados pelo aperto de mão", explicou.

Amorim concordou com o CEO da Latam. "Não dá para saber o quanto e quando vai voltar. O digital funcionou muito bem porque construímos bem as relações previamente, e essas relações se desgastam. Funcionam muito bem até alguém fazer diferente. Não vejo como não voltaremos a ter essas relações pessoais, presenciais", disse. O economista também falou sobre a tecnologia na experiência do cliente, e afirmou que sua utilidade deve ser aproveitada pelas empresas.

VALOR DA AVIAÇÃO

"O Brasil precisa da aviação, mas a aviação aqui anda com o freio de mão puxado. As companhias brasileiras operam com o custo mais baixo que conseguem, mas operar no Brasil ainda é mais caro do que em outros países, com o custo do ICMS e tributação, por exemplo", afirmou Cadier. Para o CEO, o Brasil precisa reconhecer o valor da aviação, citando a capacidade da indústria em promover reencontro de entes queridos e transporte de vacinas e órgãos, por exemplo. Esta semana a Abear destacou o aumento dos combustíveis no País.

CHAPTER 11

A pandemia e o Chapter 11 fizeram a Latam pensar no valor da companhia. "Qual é o nosso papel social e ambiental? Precisamos firmar um compromisso com o que queremos para a sociedade e fizemos isso recentemente. Já o Chapter 11 serviu para a Latam repensar o que quer ser no futuro e se preparar. Digo que o Chapter 11 foi um spa para a Latam sair mais forte", explicou Cadier.

O CEO e o economista ainda mencionaram as diferenças entre o Chapter 11 e uma recuperação judicial realizada no Brasil. "Na forma como é executado, o Chapter 11 é diferente da recuperação judicial brasileira. Aqui é feita para liquidar uma empresa, lá é feita para recuperá-la. É um spa no sentido em que o objetivo é que a empresa volte a operar. Sim, temos uma dívida. Mas como vamos pagar essa dívida? Operando", concluiu.

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