Beatrice Teizen   |   14/09/2023 08:34
Atualizada em 14/09/2023 10:43

Viajantes corporativos querem viajar, mas querem viagens seguras

Segundo Peter Graulich e Denis Tassitano, da SAP Concur, ferramentas ajudam neste sentido


PANROTAS / Emerson Souza
Peter Graulich e Denis Tassitano, da SAP Concur
Peter Graulich e Denis Tassitano, da SAP Concur

Pesquisa recente da SAP Concur mostra que 86% dos viajantes corporativos do Brasil estão muito dispostos a viajar – um aumento de 11 pontos percentuais em relação aos 75% do ano passado. Os colaboradores estão ávidos em voltar a fechar negócios por suas empresas em outros locais do mundo e a se conectar com colegas de outras regiões depois de alguns anos sem viajar por conta da covid-19.

No entanto, eles também querem viagens seguras. Não só por conta do coronavírus, que ainda está presente, mas por outros fatores, como desastres naturais, conflitos políticos e questões que podem mudar de uma hora para a outra.

“Por isso é importante ter todas as informações das diferentes necessidades dos viajantes. Muitas vezes os clientes não reservam em um único sistema, mas todas as ferramentas têm a possibilidade de trazer esses dados para a SAP Concur, concentrando todos os detalhes. Com as nossas soluções, podemos ajudar as empresas a identificar o que está acontecendo em cada região do mundo, como terremotos e furacões, ou bloqueios em aeroportos, causados por protestos, por exemplo”, conta o diretor de Receita da SAP Concur, Peter Graulich.

O executivo esteve no Brasil pela primeira vez na semana passada para a realização do SAP Concur Fusion Exchange em São Paulo, principal evento da companhia focada em viagens e gestão de despesas corporativas, que faz parte da SAP.

Custos mais altos

Segundo o vice-presidente de SAP Concur para América Latina e Caribe, Denis Tassitano, apesar de 86% dos colaboradores desejarem viajar mais nos próximos meses, 54% das empresas estão reduzindo o budget para viagens.

“Então temos de ser mais conscientes em relação às viagens, ao ambiente, e até reduzir os custos e o número de viagens, porque os preços estão mais altos. E às vezes alguns viajantes estão viajando menos, mas com custos mais altos. Diante disso, temos de ter mais controle relacionado aos preços em todo o ecossistema de viagens”, diz.

Decisões mais conscientes

Além dos custos, que são fundamentais na gestão da viagem, as pessoas também estão tendo decisões mais conscientes em relação ao motivo do deslocamento e ao modo de se viajar. Graulich conta que muitos clientes estão direcionando seus viajantes a pegarem voos diretos, mesmo que sejam mais caros, por emitirem menos CO2.

“Cada vez que há uma conexão, é preciso pousar e voar de novo, e isso cria mais emissão. Então, estamos vendo nossos clientes incentivando mais voos diretos, mesmo que isso custe mais. Outra tendência é a reserva de hotéis fora de grandes redes. Muitos viajantes querem conhecer hotéis boutique, tendo um outro tipo de experiência em sua viagem corporativa”, afirma.

Todas essas decisões se ligam claramente à sustentabilidade e à necessidade cada vez maior de se viajar com responsabilidade no que diz respeito ao meio ambiente. As pessoas vão precisar e querem viajar e essas viagens estarão cada vez mais sustentáveis.

De novo, viagens seguras

Denis Tassitano reforça a necessidade de as viagens corporativas serem seguras e, principalmente, de os viajantes se sentirem seguros ao se deslocarem de suas casas e deixarem suas famílias para fechar negócios em outros Estados e cidades e, principalmente, em outros países.

“Depois da covid-19, os viajantes estão mais preocupados em relação à segurança. Convênio, seguro viagem, como ele estará seguro no lugar se algo acontecer. Essa é uma preocupação principal. Como o gestor pode reservar hotéis que são seguros... Na nossa pesquisa vimos muitos viajantes respondendo que pedem para trocar de hotel, quando chegam, dizendo que não é um local seguro, por exemplo. Isso agora acontece. Antes, era algo que não ligavam, agora ligam. Então temos visto uma grande preocupação por parte dos viajantes em segurança, de todos os tipos”, revela.

É aí também que entra a comunicação por parte do gestor, que é essencial. No entanto, ele também precisa ouvir. Ouvir o cliente, no caso o viajante, entender suas necessidades, medos, anseios e desejos.

“Neste cenário que está tudo mudando muito rápido, é preciso ouvir o colaborador que viaja. Às vezes o gestor estabelece uma política de viagens que precisa mudar, mas, se ele não tem a habilidade para mudar, a ferramenta, escutar o que o viajante precisa, o viajante pode empacar nessa política e não a seguir. A comunicação é chave para o travel manager”, finaliza Tassitano.

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