Uma das sessões educacionais da 15ª edição do Lacte teve como tema o público LGBTQI+ e sua inclusão. O painel focou na importância de ter pessoas das siglas nas empresas, porque é a única forma de realmente incluir e dar voz a essa parcela da população. A palestra foi mediada pelo diretor de Relacionamento e Marketing da Kontik Viagens, Wilson Silva, e contou com a cofundadora da Transempregos, Maite Schneider, o líder do Grupo de Diversidade LGBT da IBM Brasil, Raul Evangelista, e o gerente de mercados especiais de Las Vegas (LVCVA), Jim McMichael.

"Diversidade é quando convidamos as pessoas pra festa e inclusão é quando as tiramos pra dançar", afirmou Maite, da Transempregos. O projeto de empregabilidade para pessoas transgêneras representa o maior banco de dados de currículos e vagas deste segmento no Brasil. A empresa começou atuando em motéis, e hoje atua em diversos segmentos, incluindo o Turismo, que conta com apenas quatro empresas: Rede Accor, Renaissance, Selina e Royal Caribbean. Para Maite, é importante criar ambientes com maior segurança psicológica, nos quais as pessoas possam ser elas mesmas e poder se identificar nos propósitos e princípios da empresa.

A plataforma Transempregos ainda é muito necessária, mas Raul espera que "um dia a gente não precise de uma divisão de igualdade dentro das empresas". Responsável por essa divisão dentro da IBM Brasil, o profissional acredita que é "muito mais do que falar sobre diversidade, mas atuar na diversidade". Para isso, a empresa de tecnologia procura deixar a mensagem clara, educar e divulgar dentro e fora. Pioneira na inclusão de negros nos Estados Unidos no século 20, a IBM possui projetos especiais como o auxílio psicológico e físico do processo de transição de gênero dentro da empresa.

Já Jim McMichael, que trabalha com LGBT no Turismo de Las Vegas, destacou a importância de se preparar para esse público. "Há 15 anos, notamos que mulheres e LGBT estavam passando a visitar mais Las Vegas. Então, os hotéis e atrações precisaram se preparar para essa grande demanda, para a chegada de clientes de outros países inclusive". Comentando sobre a experiência do destino estadunidense, McMichael afirmou que os eventos são grandes oportunidades para encontros de grupos, incluindo o público LGBT, sendo muito bom entender com quem os organizadores dos eventos já trabalharam, se já trabalharam com público LGBT.

"Estamos aqui e devemos ser vistos", encerrou Wilson Silva, sugerindo que os ouvintes procurem trazer a inclusão do público LGBTQI+ para dentro de suas empresas.