Gastos globais com viagens corporativas devem atingir recorde de US$ 1,57 trilhão em 2025
Nova projeção da GBTA foi lançada hoje em meio à incerteza nas políticas comerciais e riscos econômicos

DENVER - Os gastos globais com viagens corporativas devem atingir um novo recorde histórico de US$ 1,57 trilhão em 2025, o que representa uma taxa de crescimento moderada de 6,6% em relação ao ano anterior (US$ 1,48 tri), de acordo com a nova edição do GBTA Business Travel Index (BTI) Outlook, divulgado hoje pela Global Business Travel Association (GBTA) durante a GBTA Convention 2025.
De acordo com o estudo, os gastos globais devem desacelerar este ano devido às tensões comerciais, incertezas políticas e pressões econômicas. Apesar disso, um novo aumento de 8,1% está previsto para 2026, enquanto as projeções de longo prazo permanecem nebulosas diante da volatilidade geopolítica e econômica.
Apesar dos desafios imediatos, os gastos globais devem ultrapassar US$ 2 trilhões até 2029 – um ano depois do que se previa anteriormente –, impulsionados por mudanças estruturais no comércio, investimentos e comportamento corporativo de viagens.
O relatório anual faz sempre uma previsão abrangente de cinco anos sobre os gastos com viagens corporativas, cobrindo 72 países e 44 setores da economia, e inclui percepções de mais de 7,3 mil viajantes de negócios em todo o mundo. E nesta 17ª edição, o relatório reflete uma recuperação contínua em termos nominais, mas indica ventos contrários crescentes vindos de tensões comerciais e incertezas econômicas globais.

Ainda de acordo com o relatório mais recente da GBTA, os gastos devem crescer 6,4% em 2027 e 6,3% em 2028, ligeiramente acima das previsões do ano passado. No entanto, o ritmo e a trajetória desse crescimento dependerão fortemente da resolução — ou agravamento — das tensões comerciais globais.
“À medida em que nos aproximamos, com cautela, de um novo recorde de gastos com viagens corporativas, o panorama permanece estável — mas o caminho é mais complexo. A incerteza nas políticas comerciais, as pressões inflacionárias e as mudanças nas cadeias de suprimentos globais estão reformulando como e onde as empresas viajam. Esta nova previsão reflete a resiliência das viagens corporativas e da nossa indústria, assim como o reconhecimento dos riscos adiante"
Suzanne Neufang, CEO da GBTA

Tensões comerciais afetam o crescimento
A nova projeção reflete uma certa estabilização após fortes ganhos de dois dígitos nos dois anos anteriores. A incerteza nas políticas comerciais tornou-se um risco, levando a revisões para baixo nas projeções de alta dos gastos com viagens corporativas para 2025 (de 10,4% para 6,6%) e para 2026 (de 9,2% para 8,1%).
As cifras de 2024 também foram ajustadas: os gastos subiram para US$ 1,47 trilhão, ligeiramente abaixo da projeção anterior de US$ 1,48 trilhão. Ainda segundo o GBTA, embora represente um novo recorde nominal, os gastos ajustados pela inflação ainda estão 14% abaixo dos níveis pré-pandemia, indicando uma recuperação mais lenta em volume de viagens.
Impactos variam entre regiões e setores

Na previsão para 2025 da GBTA, os 15 principais mercados de viagens corporativas somam US$ 1,31 trilhão. Os dois maiores mercados — Estados Unidos (US$ 395,4 bilhões) e China (US$ 373,1 bilhões) — representam juntos 58% desse total. O Brasil, por sua vez, em décimo lugar, movimentará US$ 30,4 bilhões.
Neste caso, os EUA devem retomar a liderança este ano, seguidos pela China (líder em 2024 e 2023), Alemanha, Japão e Reino Unido. Índia, Coreia do Sul e Turquia, por sua vez, estão entre os países de crescimento mais rápido entre os 15 maiores mercados, enquanto Espanha e Holanda devem ter crescimento nulo ou ligeira queda.

Os gastos com viagens variam de setor para setor
Setores sensíveis ao comércio, como Manufatura (quase um terço dos gastos globais) e Comércio Atacadista, enfrentam mais riscos com a escalada de tensões comerciais.
Setores de serviços, como Artes & Entretenimento e Serviços Profissionais, por sua vez, já superaram os níveis pré-pandemia, com alguns aumentando os gastos em mais de 20%.
Já os setores de Mineração e Tecnologia da Informação e Comunicação devem liderar o crescimento no futuro próximo, enquanto o setor de Agricultura enfrenta as maiores dificuldades, com acesso reduzido a mercados de exportação.
Sentimento positivo entre os viajantes corporativos

Uma pesquisa com mais de 7,3 mil viajantes de negócios em 33 países revela confiança contínua no valor das viagens a trabalho:
- 86% consideram suas viagens de negócios válidas e proveitosas: os principais motivos de viagem variam por região, mas treinamentos e conferências lideram globalmente.
- 74% realizaram entre 1 e 5 viagens no último ano, e mais de 80% dizem que viajam tanto quanto ou mais do que antes de 2019
- O gasto médio por viagem subiu para US$ 1.128 (em comparação com US$ 834 na pesquisa de 2024).
- 67% utilizam sistemas de reembolso de despesas, e a aceitação de ferramentas com inteligência artificial cresce, especialmente na Ásia-Pacífico (78%).
- 69% têm acesso a cartões corporativos, principalmente na América do Norte (73%), embora apenas metade seja obrigada a usá-los.
- O uso de carteiras digitais também aumentou — com 64% de adoção global e 72% na Ásia-Pacífico.
“Com os viajantes corporativos esperando cada vez mais experiências de pagamento digitais e integradas ao celular, não surpreende que o relatório destaque o uso crescente de cartões corporativos em carteiras digitais. Na Visa, estamos focados em facilitar essa transição, oferecendo ferramentas seguras e flexíveis que modernizam os processos de despesas”
Edward Galvin, Vice-presidente e chefe de Pagamentos Comerciais B2B da Visa para a América do Norte
A PANROTAS viaja a convite da GBTA e da United Airlines, com proteção GTA.