Rodrigo Vieira   |   23/09/2022 17:38   |   Atualizada em 23/09/2022 17:40

Agentes estrangeiros aprovam Abav, mas se queixam da oferta aérea

Hosted Buyers voltam com bagagem cheias de negócios, mas tarifa aérea empaca as vendas


PANROTAS / Filip Calixto
Alejandro Mayorga, do Mantis Group, da Colômbia
Alejandro Mayorga, do Mantis Group, da Colômbia

Mais de 30 operadores e agentes de viagens estrangeiros foram convidados pela Abav Nacional para participar desta 49ª Abav Expo, em Pernambuco. A entidade seleciona estrangeiros com alto volume de vendas de Brasil para atrair à feira e levar melhores negócios a seus países.

Os profissionais convidados gostaram do que viram no Centro de Convenções de Pernambuco, estreitaram laços com fornecedores já parceiros, alguns que não viam desde antes da pandemia, e encontraram novas oportunidades de negócios com hotéis e receptivos nacionais. Só falta uma coisa para o saldo ser perfeito: a retomada plena da malha aérea e, consequentemente, a estabilização do tíquete médio. Para mercados emissivos da América do Sul, o Brasil não está dando conta de ser competitivo na tarifa aérea com destinos do Caribe e até mesmo Miami.

O colombiano Alejandro Mayorga, do Mantis Group, acredita que apenas com fretamentos resolverá o desafio de baixar os custos das tarifas aéreas neste momento. E é justamente atrás dessas oportunidades que o executivo rodou os corredores da Abav Expo 2022.

"Falei com operadoras especializadas em charters, pois essa é uma expertise do Mantis Group. Temos à disposição jatos Airbus e Boeings e temos o Brasil como mercado receptivo e emissivo. Os preços das passagens para o Brasil estão exorbitantes, mais caros do que Punta Cana, Cancun e Miami", afirma Mayorga, que tem Rio de Janeiro, São Paulo e Foz do Iguaçu (PR) como seus principais destinos no País. "Gostei de ver a animação dos brasileiros em relação à retomada do Turismo. Acredito que se não há mais expositores aqui é por falta de espaçono pavilhão."

Gerente de Produtos de Brasil na operadora argentina Top Dest, Teresa De La Torre se surpreendeu com o volume de negócios feito na Abav Expo, ainda que seja uma visitante recorrente em nosso país. Seu foco foi buscar negócios com hotéis e resorts.

PANROTAS / Filip Calixto
Teresa De La Torre, da Top Dest, da Argentina
Teresa De La Torre, da Top Dest, da Argentina
"Meus clientes vão gostar das recentes aberturas, como o Vila Galé Alagoas, o Maragogi Brisa Hotel e o Ipioca Beach Resort", conta Teresa. "A demanda para o Brasil é grande, mas a conectividade aérea está muito ruim. Eu mesma saí de Buenos Aires e tive de passar uma noite em São Paulo antes de vir ao Recife. Seria um trajeto que atrapalharia demais a vinda de uma família de clientes ao Nordeste, por exemplo. A solução será conseguir negociações nos voos sazonais diretos da Argentina ao Nordeste."

De Assunção, no Paraguai, Patricia Talavera veio à Abav Expo procurar novos negócios para a sua Terra Nova Operadora e foi impactada sobretudo pela Rota das Emoções, em Ceará, Piauí e Maranhão, e por novos produtos em Jericoacoara (CE). "A demanda pelas praias brasileiras está muito alta, mas estamos encontrando dificuldade com relação à oferta aérea."

PANROTAS / Filip Calixto
Patricia Talavera, da Terra Nova Operadora, do Paraguai
Patricia Talavera, da Terra Nova Operadora, do Paraguai

O mesmo se passa com o peruano Miguel Portugal, da Vidatur Mayorista de Viajes. "Um voo de Lima a Cancun está metade do preço do que um voo da capital do Peru ao Nordeste brasileiro, ou para o Rio de Janeiro Assim fica difícil competir, por mais que os peruanos amem o litoral daqui. Estamos precisando que Azul e Gol retomem a malha inteira em nosso país, pois atualmente muitos passageiros têm de fazer conexão para chegar aos destinos brasileiros, o que inviabiliza as vendas."

PANROTAS / Filip Calixto
Miguel Portugal, da Vidatur Mayorista de Viajes, do Peru
Miguel Portugal, da Vidatur Mayorista de Viajes, do Peru


Tópicos relacionados