Delta e Aeroméxico recorrem da decisão dos EUA que obriga fim da joint venture
Empresas afirmam que a medida é onerosa e prejudicial e pedem suspensão do prazo de dissolução

Você já viu aqui no Portal PANROTAS que o governo dos EUA ordenou que Delta e Aeroméxico encerrem o acordo de joint venture em janeiro de 2026. A decisão inclui a revogação da imunidade antitruste concedida às companhias e passa a valer em 1º de janeiro, como vimos em setembro deste ano.
Não satisfeitas com a decisão, as companhias aéreas resolveram levar à Justiça a disputa com o Departamento de Transporte dos Estados Unidos (USDOT), que determinou a dissolução do acordo, firmado há quase nove anos, que permite que as empresas coordenem tarifas, horários e capacidade em rotas entre México e Estados Unidos.
Na avaliação do governo americano, a parceria cria desequilíbrio competitivo e restringe a concorrência nas rotas entre os dois países. Por isso, o USDOT anunciou em setembro a decisão de encerrar a cooperação, alegando “efeitos anticompetitivos” e determinando que o joint venture seja desfeito até 1º de janeiro de 2026.
Na última semana, as companhias apresentaram uma impugnação na Corte de Apelações do 11º Circuito, pedindo a suspensão da decisão enquanto o caso é reavaliado.
Em comunicado, a Delta afirmou que o processo judicial “é a única opção neste momento e o passo necessário para proteger os interesses comerciais de Delta e Aeroméxico, nossas redes globais e nossos clientes”. A empresa acrescentou que cumprir a determinação no prazo seria “operacional e financeiramente oneroso”.
Segundo a Delta, o acordo é responsável por gerar cerca de 4 mil empregos nos Estados Unidos e contribuir com mais de US$ 310 milhões ao PIB americano. A companhia estima que o fim da parceria pode causar perdas de até US$ 800 milhões anuais em benefícios para os consumidores, além de provocar o cancelamento de rotas e a substituição de aeronaves maiores por modelos menores, reduzindo a oferta de assentos.