Isabella Tagliapietra   |   13/09/2019 09:45

KLM homenageia mulheres da aviação em especial de 100 anos

A companhia aérea completa 100 anos no próximo mês e preparou uma homenagem especial para grandes mulheres da aviação. Confira quem são.

Em 7 de outubro de 2019, a KLM completa 100 anos de existência, um ótimo momento para olhar para trás, e celebrar os avanços alcançados com o passar dos anos. Todos nós já ouvimos falar de aviadores icônicas como Amelia Earhart e Amy Johnson. Mas você sabia que também haviam pioneiras perto de casa? Aqui está uma breve história de três heroínas brasileiras e holandesas, cada uma traçando seu próprio caminho e abrindo caminho para as mulheres no cockpit.

Divulgação
Thereza de Marzo
Paulistana, Thereza de Marzo foi a primeira brasileira a receber o diploma de piloto-aviador internacional. Apesar da grande conquista, o caminho não foi fácil, já que ela não tinha apoio familiar para seguir seu sonho. Em 1922, Thereza foi a primeira mulher a pilotar sozinha, se tornando habilitada pela banca do Aeroclube Brasil pouco tempo depois.

Numa época onde as mulheres quase não desempenhavam fora de casa, Thereza foi proibida de voar após o casamento com Fritz Roesler. Essa proibição estava prevista no código civil de 1916. Apesar da curta carreira, a pilota registrou 300 horas de voos.

Divulgação
Anésia Pinheiro Machado

Anésia foi a segunda mulher brasileira a receber o diploma de pilotagem no País. Ela realizou um voo histórico entre São Paulo e Rio de Janeiro, em comemoração ao centenário da independência brasileira. Com isso, se tornou a primeira mulher a operar um voo interestadual no Brasil.

Anésia participou do primeiro Congresso Feminista Internacional e da Revolução de 1924, quando foi presa e depois libertada.A pioneira sobrevoou o navio Minas Gerais, jogando flores e um bilhete dizendo “E se fosse uma bomba? ”, o que a proibiu de voar até 1939. Em 1958, Anésia foi reconhecida pela Federação Aeronáutica Internacional, na conferência de Instambul, como Decana Mundial da Aviação Feminina.

Divulgação

Ada Rogato
Primeira mulher a conseguir a licença de paraquedista e a pilotar um planador, terceira a obter brevê e primeira pilota agrícola do País, Ada sempre voou sozinha e realizou mais de 200 voos de patrulhamento no litoral paulista.

Além disso, Ada também foi pioneira ao cruzar a região amazônica em uma aeronave sem rádio, tendo como guia apenas uma bússola, sozinha. Além das conquistas aéreas, a pilota se dedicou a preservação da história aeronáutica brasileira e foi presidente da Fundação Santos Dumont e Diretora do Museu da Aeronáutica.

Divulgação

Beatrice de Rijk
Beatrice de Rijk, uma ávida balonista, foi a primeira holandesa a obter uma licença de piloto em 1911. Por décadas, principalmente antes da Segunda Guerra Mundial, o cockpit era dominado quase que exclusivamente por homens, embora mulheres como Beatrice estivessem dispostas e capacitadas para voar. Antes da fundação da KLM, já havia várias mulheres que desafiavam o tradicionalismo da época pelo cockpit. Mas mesmo durante a Primeira Guerra Mundial, quando a necessidade abriu novas portas para as mulheres, De Rijk mesmo assim foi recusada para um emprego na Força Aérea.





Divulgação

Ida Veldhuyzen van Zanten
A Segunda Guerra Mundial certamente serviu como um catalisador para que as mulheres ocupassem seu devido lugar no cockpit. A heroína da resistência Ida Veldhuyzen van Zanten obteve inicialmente sua licença de piloto para melhorar suas chances de se tornar comissária de bordo. Logo após a KLM a contratar, em 1940, os alemães ocuparam a Holanda. Veldhuyzen van Zanten fugiu para a Inglaterra, onde se destacou como pilota em um dos dois esquadrões da Royal Air Force para mulheres. Ela foi condecorada por suas realizações após a guerra. Também foi dona, brevemente, de uma empresa aérea na África do Sul, onde operava voos charter locais, mas logo retornou à Holanda e tornou-se assistente social. Ela continuou a pilotar aviões até seu falecimento em 2000.


Divulgação

Liane Latour
Liane Latour completou seu treinamento de voo em 1946 e foi a primeira pilota holandesa contratada pela KLM. Ela ganhou pouco mais que uma aeromoça por seus esforços. Há rumores de que a mudança de carreira de Latour tinha que permanecer em segredo, porque o diretor gerente e fundador da KLM, Albert Plesman, queria evitar transtornos. Depois que a notícia vazou, Latour foi brevemente transferida para operações de carga e aeronaves do governo. Infelizmente, depois de uma carreira no cockpit de apenas 18 meses, Latour recebeu uma carta informando que ela retomaria o trabalho como aeromoça no dia seguinte. Claramente, a emancipação no cockpit ainda estava muito distante no início dos anos 50.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Isabella Tagliapietra

Isabella Tagliapietra tem 648 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS