Nathalia Ribeiro   |   21/06/2022 19:02   |   Atualizada em 21/06/2022 19:03

30% do Turismo LGBT é mais rentável que o convencional, diz pesquisa

Em painel no Fórum PANROTAS, o Instituto Locomotiva fala sobre diversidade nas organizações


PANROTAS/ Gute Garbelotto
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva
Com o objetivo de discutir inclusão e diversidade nas organizações e como as organizações podem ser antirracistas e anti lgbtfóbicas, o CEO da iO Diversidade, Luiz Gustavo Lo-Buono, e o presidente do Instituto Locomotiva e sócio da iO Diversidade, Renato Meirelles, marcaram presença no penúltimo painel do primeiro dia de Fórum PANROTAS, na FecomercioSP.

Ao subir no palco, Meirelles apresentou uma pesquisa, realizada pelo Instituto Locomotiva e encomendada pela iO Diversidade, a respeito dos desafios das minorias no mundo corporativo, pegando ele próprio como um exemplo. “Pelo simples fato de eu ser branco, ganho 36% mais comparado com um homem negro paulistano de 44 anos de idade que tem curso superior. Se a comparação fosse com uma mulher negra, essa diferença seria de mais de 60% da diferença salarial. Então, não existe falar de diversidade sem primeiro entender as diferenças e os custos que isso traz para economia e sociedade”, disse.

Segundo a pesquisa do Instituto, 15% da renda do Turismo internacional vem do Turismo LGBTQIA+, além disso, o levantamento indica que 30% do Turismo LGBTQIA+ é mais rentável que o convencional. “A diversidade é o maior mercado. As mulheres e negros movimentam cerca de R$ 2 trilhões, as pessoas com deficiência cerca de R$ 5,2 bilhões, enquanto o público LGBT R$ 555 bilhões. Ou seja, de cada R$ 100 gastos no Brasil, R$ 72 vêm das minorias. Não faz sentido abrir mão de 72% do consumo”, afirmou Meirelles. De acordo com os dados, esses públicos protagonizam as principais transformações sócio demográficas em curso.

MAIS DO QUE UM NICHO
Ao longo do painel, Meirelles destacou que o Turismo LGBT é mais do que apenas um nicho. A parada LGBT realizada em São Paulo é uma das maiores do mundo, sendo mais rentável que alguns eventos esportivos. Além disso, ele apontou que 93% dos consumidores esperam que as empresas apoiem pelo menos uma das pautas que defendem a diversidade.

De acordo com o estudo, há um aumento de 82% das chances do consumidor comprar em uma empresa que apoia publicamente pautas voltadas à diversidade. “Esse número é importante, porque achamos que apoiar essas causas pode significar tomar partido. No entanto, tomar partido é quando não apoiamos essas pautas. Quando a empresa não dialoga com a vontade da maioria, está afundando sua marca, porque os clientes esperam que as empresas tomem partido. É algo como ficar entre a civilização e a barbárie. Apoiar publicamente causas geram baixas oposições dos consumidores”, afirma Meirelles.

Indo ao encontro com o pensamento de Meirelles, o CEO da iO Diversidade, Luiz Gustavo Lo-Buono, disse que ignorar a diversidade atrapalha os lucros, cerca de 85% dos consumidores não comprariam em marcas que não respeitam a diversidade. “É bom que a diversidade esteja em todo lugar. O mundo já vem sendo preparado para abraçar a diversidade desde os anos 1960, com os movimentos de diversidade e inclusão. A partir dos anos 1990, as empresas trouxeram a inclusão para o ambiente corporativo, e deve permanecer assim”, disse.

PANROTAS/ Gute Garbelotto
Luiz Gustavo Lo-Buono, CEO da iO Diversidade
Luiz Gustavo Lo-Buono, CEO da iO Diversidade
Lo-Buono também destaca o papel das redes sociais ao amplificar exponencialmente as vozes das minorias. “Estamos vivendo o momento mais oportuno para trabalhar a diversidade e inclusão nas empresas. Temos um ambiente fértil em todos os países do planeta por essa luta de igualdade no ambiente corporativo. Diversidade e inclusão se tornaram uma indústria e há uma profissionalização, de ferramentas e métodos para isso. Diversidade é reconhecer que as pessoas são diferentes e promover a presença e respeito a essas diferenças”.

Ao final da apresentação, o CEO alertou que não adianta as empresas contratarem colaboradores diversos, mas não trabalhar para fazer eles se sentirem parte da corporação. “Se as minorias estão nas empresas, mas não conseguem fazer integrar aquilo de verdade, isso não é inclusão. Elas até podem estar nas empresas, mas tem alguma coisa errada. Inclusão é garantir tratamento, acessos e oportunidades equânimes a todas, todos e todes - por causa de e apesar de suas diferenças”, finaliza.

O Fórum PANROTAS acontece nos dias 21 e 22 de junho, no Centro Fecomercio de Eventos em São Paulo, e conta com a aliança institucional da CNC e o patrocínio da Accor, Aerolineas Argentinas, Air Europa, Ancoradouro, AquaRio, Visit Argentina, Aviva, BWH Hotel Group, Coris Seguro Viagem, CVC Corp, Delta Air Lines, Easy Travel Shop, Elo, Enjoy Hotéis & Resorts, FecomercioSP, Fortaleza, Gol Air France KLM, GTA Assist, Iberostar Hotels & Resorts, Latam, Localiza, Mato Grosso do Sul, Mondiale Operadora, Movida, Omnibees, R1 Audiovisual, Royal Palm Hotels & Resorts, Sabre, Sebrae, Sheraton São Paulo WTC Hotel, Tes Cenografia, Viagens Promo, Villa Blue Tree, Visite São Paulo e apoio da Goya by Copastur, Hyper English, Rio CVB, Shift, Tour House e TRVL Lab.

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