Artur Luiz Andrade   |   13/01/2022 13:12
Atualizada em 13/01/2022 14:13

Temporada de cruzeiros seguirá suspensa até 4 de fevereiro

Decisão partiu das empresas marítimas depois de nota técnica da Anvisa


PANROTAS / Filip Calixto
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil
Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil
As companhias marítimas Costa Cruzeiros e MSC Cruzeiros, com coordenação da Clia Brasil, decidiram manter a suspensão da temporada de cruzeiros no País por mais duas semanas. A suspensão estava prevista até 21 de janeiro, mas agora segue, por decisão das companhias, até 4 de fevereiro.

Ontem, a Anvisa emitiu nota técnica recomendando ao Ministério da Saúde o cancelamento da temporada este ano. Segundo a agência, não haveria mais condições para continuar, devido ao crescimento dos casos de transmissão da ômicron.

“A decisão de estender tem como objetivo a continuidade das discussões com as autoridades competentes a fim de alinhar as medidas necessárias para a retomada dos cruzeiros”, diz a Clia Brasil em comunicado distribuído há pouco. “Os protocolos do setor de cruzeiros excedem a maioria de outras indústrias e permanecem eficazes para mitigar o risco de covid-19. Além disso, o setor é o único que monitora, coleta e relata continuamente informações de casos diretamente aos orgãos governamentais”, defende-se a associação.

LEIA ABAIXO A NOTA OFICIAL DA CLIA BRASIL

“Em respeito às conversas em andamento para alcançar o alinhamento com as autoridades competentes, a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) e seus associados tomaram a decisão de extensão do prazo de suspensão voluntária das operações nos portos do Brasil, prevista agora até o dia 4 de fevereiro de 2022.

A decisão de prorrogar voluntariamente a suspensão das operações no Brasil contrasta com a evolução positiva nos Estados Unidos, onde as autoridades de saúde reconheceram a eficácia dos protocolos da indústria de cruzeiros e anunciaram a elevação do Conditional Sailing Order (CSO), que ajudou a orientar o retorno do setor às operações na América do Norte. O governo dos EUA confirmou na última quarta-feira, 12 de janeiro, que a CSO fará a transição para um programa voluntário em 15 de janeiro.

Os cruzeiros são o único segmento que exige, antes do embarque para passageiros e tripulantes, níveis extremamente altos de vacinação e 100% de testes de cada indivíduo. No Brasil, os protocolos exigem que todos os hóspedes estejam com o ciclo vacinal completo, apresentem testes negativos antes do embarque, testagem contínua a bordo, uso de máscaras, distanciamento social e menor ocupação dos navios, entre outros protocolos.

Quando os casos são identificados como resultado da alta frequência dos testes a bordo, os protocolos dos navios de cruzeiro ajudam a maximizar a contenção com procedimentos de resposta rápida projetados para proteger todos os hóspedes e tripulantes, bem como as comunidades que os navios visitam.

Além disso, os cruzeiros são o único setor que monitora, coleta e relata continuamente informações de casos diretamente aos orgãos governamentais.

Dada essa supervisão e a taxa excepcionalmente alta de vacinação exigida a bordo, a incidência de doenças graves é dramaticamente menor do que em terra, e as hospitalizações têm sido extraordinariamente raras. Os membros da CLIA continuarão a trabalhar em conjunto com as autoridades, sempre guiados pela ciência e pelo princípio de colocar as pessoas em primeiro lugar, com medidas comprovadas que são adaptadas conforme os cenários e que garantem a proteção da saúde dos passageiros, tripulantes e das comunidades que recebem os cruzeiros.

Impacto Econômico do setor no Brasil
- A temporada atual, que começou em novembro de 2021, tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de setores da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, entre muitos outros.
- Estima-se, conforme estudo da CLIA Brasil em parceria com a FGV, que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. A cada 13 cruzeiristas, um emprego é gerado.

Protocolos vigentes no Brasil
• Vacinação completa obrigatória para hóspedes e tripulantes (elegíveis dentro do Plano Nacional de Imunização).
• Testagem pré-embarque (PCR até três dias antes ou Antígeno até um dia antes da viagem).
• Testagem frequente de, no mínimo, 10% das pessoas embarcadas e tripulantes.
• Capacidade reduzida a bordo para facilitar o distanciamento social de 1,5m entre os grupos e permitir a distribuição de cabines reservadas para isolar casos potenciais.
• Uso obrigatório de máscaras.
• Preenchimento de formulário de saúde pessoal (DSV – Declaração de Saúde do Viajante).
• Ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes.
• Plano de contingência com corpo médico especialmente treinado e estrutura com modernos recursos para atendimento dos hóspedes e tripulantes.
• Medidas de rastreabilidade e comunicação diária com a ANVISA, Municípios e Estados.”

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.