Embratur aponta caminhos para internacionalização do Turismo do Piauí
Carina Camara, coordenadora na Agência, participou do painel Piauí no Cenário Global durante a Fetur Piauí

TERESINA (PI) - No segundo dia da Feira de Turismo do Piauí - Fetur, a coordenadora de Articulação com o Trade Nacional da Embratur, Carina Camara, trouxe uma contribuição fundamental para o debate: como posicionar o Piauí no mercado internacional de Turismo.
Confira a seguir as oportunidades e os obstáculos que o Estado precisa enfrentar para ser reconhecido como destino global de acordo com a sua apresentação.
Piauí como destino isolado
Carina apresentou o Portal de Dados da Embratur, que reúne estudos gratuitos sobre destinos, mercados prioritários e treinamentos. Segundo ela, o trabalho é guiado por inteligência de mercado: “Tudo que a gente faz hoje é baseado em dados.”
Apesar de destacar o potencial do Estado, Carina enfatizou que o Piauí, hoje, não está nas prateleiras internacionais como destino isolado. O reconhecimento vem, sobretudo, por meio da Rota das Emoções. “Então é algo que precisamos trabalhar muito: essa forma de como a gente vai posicionar o Piauí enquanto Estado, não enquanto roteiro integrado.”
Conectividade aérea
A conectividade aérea apareceu novamente no painel do evento como um dos principais gargalos. “Se eu tiver um voo com mais de três conexões, esquece, que o meu operador não vai vender. Ele não vai trazer para o Piauí se ele for ficar várias horas dentro de um aeroporto, em algum avião.”
Segundo os dados da Embratur, os turistas internacionais que chegam ao Piauí entram por São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza. A falta de voos diretos torna o Estado dependente de conexões, impactando negativamente a competitividade.
Vender experiência
Carina também destacou que a Alemanha é um país que vem muito para o litoral piauense. Sobre o perfil alemão, ela explicou: “Ele é um público fechado, que não gosta de muito oba-oba, muita bagunça. Ele gosta de exclusividade, que é o nosso Turismo novo luxo, que não é o luxo ostentação, é o luxo exclusivo, aquele luxo diferenciado.”
“Hoje, a gente não vende destino, a gente vende experiência”. Carina salienta que o público se interessa pela experiência da Revoada dos Guarás ou da Serra da Capivara, por exemplo, mesmo que não saiba que ficam no Piauí e que, muitas vezes, nunca tenham ouvido falar no Estado.
Carina também destacou produtos em Barra Grande e Cajueiro da Praia, e defendeu a construção de narrativas autênticas: “Todo turista ama história. Qual história você pode contar do seu destino?”
Por Luiza Lorenzetti, especial para o Portal PANROTAS