Pedro Menezes   |   16/12/2025 16:06
Atualizada em 16/12/2025 17:19

Turismo global está mais distribuído e competitivo do que nunca; veja dados

De 1980 a 2024, a concentração de chegadas internacionais nos países mais visitados caiu de 61% para 40%

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Movimento revela um setor em transformação, com novos destinos ganhando relevância e reduzindo a fatia histórica de líderes consolidados como França, Estados Unidos e Espanha
Movimento revela um setor em transformação, com novos destinos ganhando relevância e reduzindo a fatia histórica de líderes consolidados como França, Estados Unidos e Espanha

O Turismo internacional está mais distribuído e competitivo do que em qualquer outro momento da história do setor. Dados divulgados pela ONU Turismo revelam que, entre 1980 e 2024, a concentração de chegadas internacionais nos dez países mais visitados caiu de 61% para 40%.

O movimento revela um setor em transformação, com novos destinos ganhando relevância e reduzindo a fatia histórica de líderes consolidados como França, Estados Unidos e Espanha.

Apesar de ainda ocuparem o topo do ranking, esses países vêm perdendo participação à medida que mercados emergentes e destinos antes pouco explorados passam a atrair mais viajantes, como o próprio Brasil, que lidera a alta global em 2025.

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Gráfico mostra a evolução do share dos países que mais recebem turistas estrangeiros
Gráfico mostra a evolução do share dos países que mais recebem turistas estrangeiros

Em 1980, o mapa do Turismo mundial era fortemente dominado por destinos tradicionais europeus e norte-americanos. Na época, quase metade das viagens globais concentrava-se em França, EUA, Espanha e Itália. Agora, 44 anos depois, o cenário é outro: a lista dos países mais visitados também conta com Turquia, México, China e Japão.

A queda na concentração, de 61% para 40%, indica que viajantes estão diversificando escolhas, impulsionados por novos produtos turísticos, mais conectividade aérea e ampliação do acesso a viagens internacionais em várias regiões. E o mesmo fenômeno se repete quando o recorte é o gasto turístico.

Nos anos 1980, os dez maiores mercados emissores respondiam por 62% de todo o gasto global, dominados por economias europeias e pelos Estados Unidos. Em 2024, esse percentual recuou para 53%, com destaque para a ascensão de países asiáticos.

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China, por exemplo, já lidera o ranking de gastos internacionais, à frente de EUA, Alemanha e Reino Unido
China, por exemplo, já lidera o ranking de gastos internacionais, à frente de EUA, Alemanha e Reino Unido

A China, por exemplo, lidera o ranking de gastos internacionais, à frente de EUA, Alemanha e Reino Unido. Outros países, como Austrália, Canadá, Itália e Índia, por exemplo, também aparecem entre os maiores emissores, reforçando a diversificação geográfica do consumo turístico.

O que explica essa mudança?

  • Expansão da classe média global, especialmente na Ásia;
  • Maior conectividade aérea, com rotas e hubs operados por companhias de mercados emergentes;
  • Investimentos de novos destinos em infraestrutura, marketing e segurança;
  • Mudanças no comportamento para experiências mais autênticas e destinos menos saturados.

O futuro do Turismo global

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Gráfico mostra a evolução do share dos países que mais registram gastos de turistas estrangeiros
Gráfico mostra a evolução do share dos países que mais registram gastos de turistas estrangeiros

Ainda segundo o estudo da ONU Turismo, a tendência de pulverização deve se intensificar. Com o crescimento econômico em regiões como Sudeste Asiático, Oriente Médio e América Latina, especialistas preveem um mapa turístico ainda mais distribuído nos próximos anos.

Para os destinos tradicionais, o desafio será manter competitividade e qualidade diante do surgimento de novos competidores globais. Para os emergentes, o momento abre uma janela histórica para consolidar produtos, melhorar infraestrutura e capturar uma parcela maior do fluxo internacional.

A ONU Turismo reforça ainda que a diversificação do turismo é positiva para o desenvolvimento global, ampliando oportunidades econômicas e reduzindo desigualdades regionais, ao mesmo tempo em que exige atenção à sustentabilidade e à gestão responsável dos destinos.

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Sobre o autor

Natural do Rio de Janeiro, Pedro Menezes é bacharel em Comunicação Social/Jornalismo e atua há 12 anos na imprensa especializada em Turismo. Atualmente, é editor do maior portal brasileiro voltado a profissionais do setor, com base em São Paulo. O jornalista tem experiência em cobertura nacional e internacional de feiras, congressos e eventos, além de pautas de política e economia ligadas ao Turismo.