Vinicius Novaes   |   08/06/2020 12:12
Atualizada em 08/06/2020 12:22

Turismo sem futurologia abre série de palestras do TurTalkings

Evento on-line organizado pela WBoarding recebeu o CEO da PANROTAS, José Guilherme Alcorta

O mercado de Viagens e Turismo sem futurologia foi o tema da palestra conduzida pelo CEO da PANROTAS, José Guilherme Alcorta, no TurTalkings desta segunda-feira (8), uma série de palestras on-line promovidas pela WBoarding. Em relação ao setor hoteleiro, o primeiro ponto abordado na apresentação, o executivo mostrou dados da pesquisa sobre a ocupação hoteleira no Brasil e no mundo.

Estudo elaborado pela STR revelou que houve um aumento, entre os dias 17 e 31 de maio, na taxa de ocupação de alguns hotéis no mundo, sobretudo dos empreendimentos na China, país que foi o primeiro epicentro da covid-19 no planeta.

Emerson Souza
José Guilherme Alcorta, CEO da PANROTAS
José Guilherme Alcorta, CEO da PANROTAS
“Você pode reparar que, em 15 dias, tivemos um aumento na ocupação de todos os hotéis abertos no mundo, o que é um bom sinal se levarmos em consideração a gravidade das consequências da pandemia”, disse Alcorta. “Os números também mostram que, na China, a ocupação chegou a pico de 67%”, completou.

Já em relação ao mercado nacional, a pesquisa revelou que hotéis localizados em centros urbanos com perfil de hóspede de mercados regionais e de lazer e hotéis em cidades secundárias, perto de grandes centros (como Petrópolis, no Rio, Gramado, no Rio Grande do Sul, e Campos do Jordão, em São Paulo, por exemplo) terão melhores caminhos de recuperação. Os que dependem mais do público internacionais, dos eventos e do mercado nacional que precisa do aéreo, levarão mais tempo para se recuperar.

DIRETRIZES PARA RETOMADA
O CEO da PANROTAS também destacou as diretrizes adotadas pela Organização Mundial do Turismo (OMT) para ajudar o setor em uma retomada segura e sustentável. O documento traz orientações a respeito do gerenciamento de fronteiras seguro e contínuo (viagens aéreas, marítimas e terrestres); setor privado; viagem aérea segura; hospitalidade; operadores turísticos e agências de viagens; reuniões e eventos; atrações e parques temáticos; planejamento e gerenciamento de destino.

Para Alcorta, a retomada do setor será lenta. “Mas todo avanço, por menor que seja, precisa ser comemorado”, disse. Ele ainda citou o que especialistas estão chamando de ‘corredores turísticos’, quando dois ou mais países vizinhos que adotaram práticas semelhantes de combate ao vírus se juntam para reabrirem ao mesmo tempo, como Dinamarca e Noruega, por exemplo.

TRVL LAB
A segunda edição da pesquisa Pulso Turismo e Covid-19 também foi apresentada pelo CEO da PANROTAS. O estudo mostrou, entre outras coisas, que a porcentagem de pessoas que não pretendem voltar a viajar internacionalmente até que tudo esteja controlado subiu de 60,5% no primeiro levantamento para 68,2%. Já em relação às viagens nacionais, esse número foi de 45,4% para 54,4%; enquanto a indecisão sobre viagens também aumentou de 31,6% para 37,7%. A pesquia foi feita no momento em que o Brasil atingia altos índices de infecção e morte pela covid-19 (segunda quinzena de maio), daí a piora nos índices em relação à primeira pesquisa, feita no final de março.

Divulgação
Guilherme Alcorta salientou também sobre a importância de os destinos publicarem informações sobre os protocolos de saúde adotados quando chegar o momento de reabrir. “Isso está sendo requerido bastante pelo público final”, afirmou. “Esse novo normal será mais do que necessário para receber novamente os turistas”, completou.

Ele ainda citou o exemplo da Ilha da Madeira (Portugal), que disponibilizou testes rápidos de covid-19 a todos os turistas que desembarcarem no destino.

Clique aqui e tenha acesso à segunda pesquisa Pulso Turismo e Covid-19

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