Pedro Menezes   |   09/06/2025 13:01
Atualizada em 09/06/2025 16:34

IOF de 3,5% na conta: operadoras adotam transparência em cobrança

Destacar o IOF como cobrança separada começou a ser adotado por diversas operadoras da Braztoa

PANROTAS / Emerson Souza
Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa
Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa

Você viu aqui no Portal PANROTAS que o governo federal aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 3,5% em transações como remessas ao exterior, compras internacionais com cartões de crédito, débito e pré-pagos, entre outros. O recente reajuste já impacta o custo final das viagens internacionais, como informou Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa.

Desde então, operadoras de Turismo vêm adotando novas práticas para repassar o tributo aos consumidores de maneira mais transparente. Embora o imposto sempre tenha feito parte do custo final de viagens internacionais, sua cobrança nem sempre era visível na precificação dos pacotes.

Até então, muitas operadoras não tinham ferramentas para aplicar o imposto diretamente nas vendas. Com isso, algumas recorreram ao aumento do câmbio utilizado na conversão ou incorporaram o valor no markup (margem de lucro sobre os produtos). Neste caso, o valor final não detalhava o que era operação e o que era imposto.

No entanto, a Infotera e outras empresas fornecedoras de tecnologia para agências e operadoras estão lançando uma ferramenta que permite a separação automática do IOF. Neste mesmo embalo, Outros players também estão seguindo esse caminho, mesmo sem o apoio das empresas de tecnologia, seja destacando o imposto na entrada do processo de compra ou ao final, antes do pagamento.

Em outras palavras, destacar o IOF como cobrança separada começou a ser adotado por diversas operadoras associadas à Braztoa, como Agaxtur, BRT, BWT, CT Operadora e Diversa Turismo. Com isso, o imposto de 3,5% sobre transações internacionais, agora aparece discriminado na fatura ou orçamento entregue ao cliente.

"É uma forma mais clara e transparente. O valor da viagem continua o mesmo, mas agora mostramos de forma objetiva que há um imposto embutido ali"

Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa, ao Portal PANROTAS

Além do IOF, a prática de destacar encargos já é comum para o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) e tende a ganhar ainda mais força com a futura implementação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), previsto na reforma tributária. Nesse novo cenário, a separação dos tributos será obrigatória, o que reforça a importância de iniciativas que antecipam esse modelo.

É importante ressaltar que o valor do IOF não gera comissão para os agentes, tampouco representa lucro para as operadoras — trata-se de um imposto federal que deve ser recolhido integralmente. "Não há ganho nesse processo. Mas há, sim, um avanço em termos de transparência com o consumidor", reforçou Fabiano Camargo, em entrevista ao Portal PANROTAS.

Por fim, o câmbio utilizado nas operações segue sendo um fator de variação importante, já que o dólar turismo, por exemplo, tende a ser mais alto justamente por incluir spreads bancários e tributos. Ainda assim, segundo Fabiano Camargo, destacar os custos de forma clara é um passo importante para consolidar práticas mais justas e compreensíveis para os agentes de viagens e seus clentes.

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