"Mercado aéreo EUA-Cuba irá acabar", diz especialista
Restrição política imposta por Trump, fim de voos da Alaska Airlines entre Los Angeles e Havana e ainda de três aéreas que descontinuaram suas rotas para Cuba levam especialista a prenunciar fim do mercado aéreo entre os dois países.
![Alaska e mais três aéreas já cancelaram voos para Havana após restrição de voos imposta por Trump](https://cdn.panrotas.com.br/portal-panrotas-statics/media-files-cache/209688/43cfe6f44fccdf65367676ad4024e925havana/0,62,1280,764/670,400,0.37/0/default.jpg)
Para o especialista Aaron Karp, colunista do site norte-americano ATW , o fim da rota Los Angeles-Havana, assim como das demais aéreas, seria um prenúncio da "morte do mercado aéreo entre Estados Unidos e Cuba".
Karp explica que, embora deva continuar existindo uma demanda em voos entre Miami e Cuba, e talvez até partindo de cidades como Washington D.C. e Nova York, se "um voo diário em um Boeing 737 entre o maior mercado da costa oeste dos Estados Unidos (Los Angeles) e a capital cubana não for viável, então o mercado aéreo EUA-Cuba também não é viável".
![Alaska Airlines anunciou nessa semana a descontinuação da rota Los Angeles-Havana](https://cdn.panrotas.com.br/portal-panrotas-statics/media-files-cache/199182/7c08c922e90871f4e240889523847f9fnewlivery1/0,89,1280,764/670,400,0.53/0/default.jpg)
Segundo ele, após a abertura política entre os dois países, muita capacidade inundou o mercado com rapidez, algo não suportado pela infraestrutura da aviação em Cuba, particularmente fora de Havana.
Além disso, um dos motivos seria que embora a política "people-to-people" desse maior abertura para as viagens, não permitia que estadunidenses viajassem a seu bel-prazer para Cuba, ou seja, apenas por Turismo: era necessária alguma justificativa cultural ou por motivos de estudos, voltados para uma relação com a população cubana.
A expectativa das aéreas era de que essas restrições fossem ainda mais afrouxadas, dando seguimento à política de abertura iniciada pelo ex-presidente Barack Obama, mas o oposto aconteceu com Trump.
"Como a Alaska apontou, 80% de seus passageiros viajando de Los Angeles para Havana estavam viajando sob a política "people to people". A aérea decidiu que operar um avião quase vazio para Cuba não fazia sentido. Um Boeing 737-900 é um bem muito caro para ser desperdiçado assim", explicou Aaron Karp em sua coluna, lembrando ainda das demais companhias que cancelaram seus voos para o país.
"Isso deixa a American Airlines, Delta Air Lines, Southwest Airlines, Jet Blue Airways e United Airlines como as aéreas norte-americanas que servem Cuba. Elas têm uma escolha difícil a fazer: seguir a Alaska e acabar com os voos, ou continuar a servir Cuba com capacidade reduzida para manter um pé na rota e reter os direitos de voo para Cuba? Isso provavelmente significa ter perdas econômicas no serviço para Cuba com a esperança de que, eventualmente, uma nova administração irá mudar as regras novamente, o mercado assim dará um retorno financeiro pela rota", afirmou o colunista da ATW.
"As grandes esperanças que as companhias aéreas dos EUA tiveram quando começaram a voar para Cuba em 2016 foram destruídas. O mercado de transporte aéreo entre os EUA e Cuba simplesmente não é viável nas circunstâncias atuais", finalizou Aaron Karp.
*Fonte: ATW