Thais Medina, especialista em Marketing, traz 10 insights da GBTA Convention 2025
CEO da Business Factory fez parte da delegação brasileira que contou com quase 80 profissionais

Entre os dias 21 e 23 de julho, Denver, nos EUA, recebeu a GBTA Convention 2025, principal evento do setor de viagens corporativas, reunindo mais de 5,4 mil participantes de 50 países desta indústria para dias de muito conteúdo e networking.
Entre os profissionais, uma delegação de cerca de 80 brasileiros marcou presença, mostrando a força do Brasil em mais uma edição da feira da GBTA.
A CEO da Business Factory, Thais Medina, especialista em marketing, esteve presente e acompanhou de perto as tendências, além de vivenciar os caminhos que o marketing e a liderança na indústria estão trilhando. Depois de sua passagem por lá, ela compartilha dez aprendizados da GBTA Convention 2025. Confira a seguir.
1. A experiência do viajante é reflexo da cultura da empresa
Segundo dados da SAP Concur, 97% dos viajantes querem continuar viajando a trabalho, e boa parte “aceita” custear, do próprio bolso, melhorias para terem mais conforto e bem-estar. Isso revela uma desconexão entre discurso e prática. Viagens corporativas precisam ser vistas como parte da estratégia de valorização de talentos, e não apenas como uma linha de despesa no orçamento.
2. A IA chegou, e o maior risco é não começar
Durante o evento, a Escandinávia foi citada como um alerta real sobre os riscos do perfeccionismo na inovação. Mesmo com histórico de liderança tecnológica, países como Suécia e Dinamarca estão atrasados na adoção de IA generativa. Enquanto outras regiões já testam e escalam soluções, muitas empresas escandinavas seguem esperando o “plano ideal”, com tudo pronto e seguro. O resultado? Perda de competitividade e produtividade. No marketing, a lição é clara: mais vale errar pequeno agora do que perder relevância tentando acertar grande depois.
3. Dados em tempo real são ouro (desde que organizados)
Tanto em hotelaria quanto em eventos corporativos, a precisão dos dados e a capacidade de agir sobre eles são o novo diferencial competitivo. Ferramentas como o Onyx Insight, citadas nos painéis, estão mudando a lógica de tomada de decisão, e isso também vale para marketing digital.
4. Liderança e marca precisam falar a mesma língua
A palestra sobre o futuro do trabalho mostrou que equipes querem mais do que metas: querem se sentir vistas e valorizadas. No marketing, isso se reflete no alinhamento entre cultura interna e comunicação externa. Marcas fortes são consistentes de dentro para fora, e a liderança é um canal essencial dessa coerência.
5. Programe-se para o imprevisível: os “Shiny Things” virão
Aprendi que sempre existirão interrupções inesperadas, como pedidos de última hora da diretoria ou “dores” invisíveis na jornada. A dica: documente, meça e comunique os esforços. “Shiny Things” fazem parte; o segredo é mostrar o valor da sua área antes de ser cobrado.
6. Marcas fortes não vendem produto; vendem pertencimento
Nos painéis sobre liderança e futuro do trabalho, ficou evidente que os viajantes, assim como os consumidores, buscam mais do que funcionalidades: querem se conectar com marcas que compartilham seus valores. Seja no Turismo, na hotelaria ou nos eventos, o papel do marketing é construir essa ponte emocional, transformando marcas em comunidades e produtos em experiências com significado.
7. Comunicação sem escuta é só barulho
O marketing que funciona hoje não é o que fala mais alto, mas o que escuta melhor: escuta o comportamento, as dores do cliente, os sinais culturais, os contextos de decisão. Campanhas relevantes começam com escuta ativa e terminam em conexão real.
Mais do que ouvir, o marketing precisa interpretar sinais: o que as pessoas buscam, evitam, valorizam. Ferramentas como social listening, enquetes inteligentes e análise comportamental ajudam a entender o que o público realmente pensa e a criar campanhas com mais precisão e propósito.
8. Nem todo comportamento é mensurável, e é aí que entra a sensibilidade
Segmentar por dados demográficos é o básico. Mas o marketing de verdade exige compreender o invisível: emoções, contextos e microdecisões. Entender isso é o que transforma dados em narrativas e produtos em experiências personalizadas, mesmo quando o cliente não verbaliza.
9. A comunicação de valor exige método
O modelo “Ciência + História + Pitch”, apresentado no workshop sobre Travel Program Value, pode (e deve) ser usado no marketing. Dados frios + contexto real + chamada para ação = estratégia que convence e engaja.
10. IA pode acelerar processos, mas conexão ainda fecha negócios
Ferramentas de automação, assistentes virtuais e algoritmos ajudam a escalar. Mas o que transforma uma marca em referência é a capacidade de gerar confiança, responder com agilidade e manter uma comunicação com personalidade. A tecnologia abre caminho, mas o vínculo é o que fideliza.
"O GBTA 2025 foi um lembrete potente: precisamos falar mais sobre propósito, sobre pessoas e sobre impacto. E seguir caminhando com curiosidade, com coragem e com colaboração", conclui Thais Medina.