Beatrice Teizen   |   24/09/2025 18:22
Atualizada em 25/09/2025 10:05

Viagens corporativas nos EUA entram em fase de reinvenção com impacto da IA

Relatório da Phocuswright mostra recuperação desigual do setor, com PMEs e bleisure em alta


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Por meio de eventos do setor e pesquisas de diferente fontes é possível perceber que as viagens corporativas estão entrando em uma nova era de reinvenção, onde a incerteza econômica, as mudanças nas expectativas dos viajantes e a rápida adoção da inteligência artificial (IA) estão remodelando a forma como as empresas transportam seus funcionários.

O novo relatório da Phocuswright "U.S. Corporate Travel Landscape 2025: Market Size, Policy and the Impact of AI" captura as forças que definirão o sucesso dos líderes do setor de viagens nos próximos anos nos Estados Unidos.

Recuperação do mercado com ritmo irregular

O estudo mostra que o mercado de viagens dos EUA deve crescer 2% em 2025, atingindo US$ 506,8 bilhões, mas as viagens corporativas mostram um cenário mais complexo.

Após um ganho de 3% em 2024, as reservas brutas de viagens a negócios devem cair 1% em 2025, antes de retornar a um crescimento anual de 3% a 4% até 2026, ultrapassando US$ 407 bilhões até 2028.

A conjuntura da demanda é irregular: reservas de grupos e reuniões para pequenas e médias empresas (PMEs) estão fortes, enquanto as reservas para grandes empresas estagnaram, remodelando as estratégias dos fornecedores e a dinâmica de negociação.

IA deixa de ser um experimento e se torna essencial

A IA deixou de ser uma tendência emergente e está se tornando essencial para as operações de viagens corporativas. Mais da metade dos viajantes corporativos usa IA para pesquisar e reservar viagens, à medida que ferramentas generativas e agentes de IA simplificam o planejamento, a remarcação e a gestão de despesas.

Para gestores de viagens e fornecedores, isso significa maior eficiência e personalização, mas também pressão para adaptar políticas, capturar dados e manter o controle dos custos.

Políticas, autonomia e o efeito bleisure

À medida que os limites entre negócios e lazer se confundem, as empresas estão equilibrando o cumprimento das políticas com a autonomia do viajante.

Segundo o estudo, altas taxas de conformidade mascaram a realidade de que preço, conveniência e vantagens de fidelidade frequentemente motivam reservas fora das políticas, arriscando lacunas de dados e redução do poder de negociação.

Enquanto isso, os viajantes continuam priorizando o bem-estar e a flexibilidade, desde alimentação saudável e acesso a atividades físicas até o controle do jet lag e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Por que isso é importante para os líderes de viagens

O levantamento da Phocuswright mostra que o mercado de viagens corporativas está em um ponto de inflexão estratégico:

  • Os fornecedores precisam navegar em um ambiente onde o crescimento depende menos de grandes contratos corporativos e mais de PMEs, reuniões e viagens híbridas;
  • Os gestores de viagens precisam repensar a aplicação de políticas e o investimento em tecnologia para aproveitar a IA sem perder a supervisão;
  • Investidores e inovadores devem encarar as ferramentas baseadas em IA e a mudança no comportamento dos viajantes como indicadores de onde construir e apostar a seguir.


Com informações da Phocuswire

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Sobre o autor

Jornalista formada pela PUC-SP, com experiência em redações como Forbes Brasil e Agora São Paulo, além de colaborações para CNN Brasil e UOL. Entrou na PANROTAS em 2017, com foco especialmente no PANROTAS Corporativo, e, desde 2021, atua como coordenadora de Redação