Felippe Constancio   |   14/07/2016 13:19

"Bleisure" chega a 20% das viagens corporativas

De acordo com o estudo que investigou o comportamento de quase 2 milhões de passageiros em mais de 7 milhões de voos em um período de cinco anos (2011-2015), as bleisures chegam a corresponder a 20% das viagens corporativas



O progresso tecnológico está mudando cada vez mais a dinâmica do trabalho. Seja em qual área for, um profissional de serviços está a todo momento conectado a seus grupos sociais que vão de familiares a colegas, podendo revezar suas atividades entre trabalho e lazer, muitas vezes, como bem entender.

O mix entre trabalho e vida pessoal esbarra cada vez mais nos negócios. Diversos exemplos disso podem ser tirados da última análise de dados quantitativos da agência de viagens corporativas Carlson Wagonlit sobre o "fenômeno bleisure".

De acordo com o estudo que investigou o comportamento de quase dois milhões de passageiros em mais de sete milhões de voos em um período de cinco anos (2011-2015), as bleisures chegam a corresponder a 20% das viagens corporativas. A partir da definição de bleisure como uma estada em um sábado à noite no destino - seja no final e/ou começo -, a pesquisa identificou o tipo de viajante millennial tira tempo para atividades pessoais. A pesquisa considera apenas a amostragem com reservas com sábados e exclui qualquer viagem com lazer nos demais dias da semana.

GÊNERO E IDADE
Nessas viagens, os profissionais preferem o lazer ao final do compromisso: 46% deixam as atividades pessoais para os últimos dias de viagem, enquanto 34% usufrui no começo e 20% deixa o descanso tanto para o começo quanto final dos trabalhos. Contudo, o percentual depende do perfil em questão, ressalva a pesquisa.

"Mulheres tendem a aproveitar melhor o bleisure em relação aos homens: identificamos 8,5% das mulheres e 6,8% dos homens. Jovens são significativamente mais propensos: entre 20 e 25 anos, o percentual é de quase 15%".

Segundo a pesquisa, os que mais viajam são os que menos aproveitam. "Os viajantes frequentes são os que menos fazem bleisure: o percentual é menor que 5% para a maioria deles".

A Carlson observa que a maior disposição para bleisure por parte das mulheres e jovens é maior por conta do menor volume total de viagens corporativas deles.

Flickr.com/andrematias

DISTÂNCIA
Outro dado relevante do estudo é que a tendência das bleisures é maior conforme a distância. Quanto mais longe o destino, mais chances do profissional se dedicar a atividades pessoais.

A disposição para bleisure também depende da rota. Por exemplo, a rota São Francisco -Londres possui um percentual de bleisure de 23%, enquanto Paris-Londres tem de 2%.

Arte Panrotas

CONCLUSÃO
Para a Carlson Wagonlit, não houve incremento significativo nas bleisures nos últimos anos. No entanto, "estes resultados são interessantes, pois nos ajudam a compreender o mecanismo de bleisure", acredita Catalin Ciobanu, da seção de Soluções da empresa.

"Mais importante, a indústria de viagens precisa aprender com estes. Para gestores de viagens corporativas, o aprendizado chave é a necessidade de incorporarem opções de viagens de bleisure às políticas de viagens, especialmente para programas com um alto volume de viagens de longa duração. Há também lições aos fornecedores: saber quem está mais propenso a realizar viagens de bleisure permitirá que se antecipem e forneçam os serviços de que o viajante corporativo precisa".

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